A plataforma do alojamento turístico Airbnb propõe um cartão de crédito que permite ocultar rendimentos ao fisco
Airbnb sob suspeita de aliciar à evasão fiscal. A plataforma do alojamento turístico propõe um cartão de crédito aos proprietários de apartamentos, através da sociedade americana Payoneer, sediada em Gibraltar, considerado um paraíso fiscal.
O sistema é totalmente opaco para as autoridades tributárias. Os proprietários que optem por receber da Airbnb os rendimentos dos alugueres neste cartão de crédito recarregável, conseguem ocultá-los ao fisco.
A Payoneer tem um acordo com a Airbnb desde 2014. Com apenas três cliques, o proprietário pode requesitar uma Mastercard com as cores da Airbnb, que recebe poucos dias depois, na caixa do correio.
Este tipo de contas associadas a um cartão não são propriamente contas bancárias, pois escapam aos acordos sobre a troca de informações bancárias. São úteis a quem queira esconder dinheiro fora do país de residência.
O resultado são muitos milhares de euros ocultados às autoridades fiscais.
A Payoneer diz ter 4 milhões de clientes em todo o mundo.
Sobre este assunto, a Airbnb respondeu à imprensa francesa que só uma pequena percentagem dos seus anfitriões recebe os rendimentos dos alugueres no cartão da Payoneer.
Um relatório publicado em novembro pela Oxfam defende que a União Europeia deve incluir 35 Estados de fora do espaço comunitário na lista de paraísos fiscais. Entre eles estão a Suíça, Albânia, Bahamas, Bermuda, Bósnia Herzegovina, Ilhas Faroé, Gibraltar, Hong Kong, Sérvia, Singapura e Taiwan. Esta confederação internacional de organizações não governamentais apela ainda a que quatro nações que fazem parte do bloco económico europeu sejam incluídos na lista por não respeitarem as regras estipuladas por Bruxelas: Irlanda, Luxemburgo, Holanda e Malta.