Extrema-direita alemã opta pela linha dura

A extrema-direita alemã escolheu, sábado, os novos líderes da AfD (Alternativ für Deutschland /Alternativa para a Alemanha). Jörg Meuthen foi reeleito para a liderança que vai partilhar com Alexander Gauland, chefe do grupo parlamentar.
Conhecido por declarações controversas sobre o Islão e a recusa do "arrependimento" alemão pelos crimes nazis, Gauland apresentou-se no último momento, quando os outros candidatos abandonaram a corrida.
A eleição da dupla confirma o poder da ala mais à direita dentro do partido, mas nem Jörg Meuthen, com 72% dos votos, nem Gauland, em 68%, reconciliaram plenamente os radicais e os conservadores moderados.
Tal como prometido por Gauland, o objetivo da AfD, agora, é fazer frente a Angela Merkel. A chanceler alemã, depois de doze anos à frente do país, na sequência do fracasso das negociações entre conservadores, liberais e ecologistas, está desesperada por construir uma maioria governamental numa paisagem política desintegrada.
A meio do dia, mais de 6.000 manifestantes percorreram o centro de Hannover para defender a política de imigração de Merkel, que resultou na chegada de mais de um milhão de requerentes de asilo desde 2015.
De manhã, várias centenas de pessoas tentaram bloquear o acesso ao congresso da AfD. A polícia mobilizou milhares de agentes e usou canhões de água para libertar os acessos. Vários polícias e manifestantes ficaram feridos na sequência de confrontos.