Os mais de 620 mil refugiados dizem que não se sentem em segurança. Muitos ficaram sem casa e sem forma de sobreviver.
Os crimes contra os rohingya continuam a chocar a Comunidade Internacional. Na região de Cox Bazar, Bangladesh, a maioria dos refugiados teme voltar para casa, no estado birmanês de Rakhine.
Muitos são os que contam histórias difíceis de esquecer:
“Na minha aldeia,” conta uma mulher refugiada, entrevistada pela agência Reuters, “depois de os homens terem fugido, eles juntaram todas as mulheres e violaram algumas”.
“Depois, queimaram as nossas casas e não deixaram nada de pé. Roubaram tudo o que havia na nossa terra”, conclui.
Uma segunda testemunha conta como perdeu o filho, queimado vivo:
“Arracaram-me o meu filho dos meus braços e atiraram-no para o fogo, que ardia com muita violência. Quando começámos a gritar, arrastaram-nos plo chão. O meu marido tentou consolar-me. Conseguimos escapar e não voltamos a vê-lo.”
Os relatos dos refugiados nos campos de Cox Bazar e a posição da ONU coincidem com o que defende a ONG Save The Children, que teme mais violência contra aqueles que tentem voltar para casa.