Irlandeses querem enterrar o passado

Irlandeses querem enterrar o passado
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De  Lurdes Duro Pereira com Reuters
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Os irlandeses já se congratularam com o acordo de princípio alcançado entre Londres e Bruxelas sobre a fronteira invisível por onde passam, todos os dias, cerca de 30 mil pessoas

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É agricultor e para John Sheridan a República da Irlanda e a Irlanda do Norte estão a escassos metros de distância. Todos os dias atravessa a fronteira invisível e é assim que para este irlandês tudo se deve manter.

Com o Brexit, a Irlanda vai tornar-se o único país da União Europeia com o qual o Reino Unido partilha uma fronteira terrestre. Nada que assuste os irlandeses que ao longo dos anos se habituaram a levantar barreiras.

"Talvez o facto de haver um portão algo que permita abrir e impedir a passagem ajude as pessoas a perceber. Podemos colocar barreiras em todo o lado. A boa notícia é que os portões se podem abrir" sustenta Sheridan.

Para os que vivem na fronteira, o Brexit trouxe à memória momentos do passado. A notícia de um acordo de princípio alcançado entre Bruxelas e Londres foi, por isso, recebida com alívio.

"O acordo de Sexta-feira Santa está salvaguardado. Além disso, todas as pessoas que nasceram na Irlanda do Norte vão continuar a ter cidadania irlandesa e europeia. Não menos importante, as pessoas vão poder continuar a deslocar-se, livremente, entre a Grã-Bretanha e a Irlanda" afirma o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar.

Assinado em 1998, o acordo de Sexta-feira Santa pôs fim a 30 anos de confrontos entre nacionalistas e unionistas.

Aos 80 anos, Mona Flood ainda se lembra do que significava passar para a Irlanda do Norte.

"Na altura, não era suposto os homens revistarem as mulheres, muito menos se tivessem um carrinho de bebé. Mas eles revistavam na mesma e se tivéssemos álcool ficavam com ele" refere esta habitante de Pettigo.

Memórias que pertencem ao passado e que os irlandeses querem que assim se mantenha.

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