Relatora da ONU impedida de entrar em Myanmar

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De  Euronews com Reuters/Lusa
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Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas considera que a decisão é um indício de que "algo terrível está a acontecer" no país.

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O Governo de Myanmar não permite a entrada no país da relatora designada pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para acompanhar a situação da minoria muçulmana rohingya.

A sul-coreana Yanghee Lee queria visitar Myanmar em janeiro, para avaliar as violações dos direitos humanos em toda a Birmânia, incluindo os abusos contra a minoria rohingya no estado de Rakhine.

A especialista em direitos humanos apela a uma maior pressão internacional sobre o Exército birmanês,

depois de ser informada que não terá acesso ao território, nem qualquer cooperação durante o mandato do Governo birmanês.

Para o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a decisão é um indício de que "algo terrível" está a acontecer.

Em diferentes fóruns e reuniões da ONU, o Governo birmanês prometeu que cooperaria com a organização, assim como com a missão da relatora especial.

Entre as explicações dadas pelas autoridades birmanesas para vetar o acesso da relatora especial ao país estão as críticas que Yanghee Lee fez em julho.

A relatora disse que "havia uma relação de respeito mútuo", mas agora o Governo birmanês decidiu acusá-la de ter atuado com deslealdade e sem objetividade.

Desde que assumiu a missão, Yanghee Lee visitou a Birmânia seis vezes, mas nunca pôde deslocar-se livremente, porque as autoridades da Birmânia não autorizavam, alegando problemas de segurança.

"É uma vergonha que a Birmânia tenha optado por este caminho. Eles sempre afirmaram que não têm nada a esconder, mas a sua negativa em cooperar com o meu mandato e com a missão de investigação indica o contrário", disse a relatora, mostrando alguma esperança de que as autoridades birmanesas possam mudar de opinião.

Mais de 650.000 membros desta comunidade minoritária fugiram para o Bangladesh, onde se encontram refugiados.

Esta fuga aconteceu devido à onda de violência que, segundo os Médicos Sem Fronteiras, provocou o assassínio de 6.700 rohingyas, incluindo 730 crianças menores de cinco anos, durante os primeiros 30 dias da crise, que começou a 25 de agosto.

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