Crise dos rohingya: "Podemos falar em genocídio"

Zeid Raad al-Hussein, O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, diz que as autoridades birmanesas poderiam ser consideradas culpadas do crime de genocídio contra a minoría ronhingya.
Segundo o Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU, vários grupos de pessoas continuavam a abandonar o estado birmanês de Rakhine, apesar do acordo entre o Bangladesh e Myanmar (antiga Birmânia).
#Rohingya: “Can anyone rule out that elements of genocide may be present? This is a legal determination only a competent court can make. But the concerns are extremely serious & call for access to be immediately granted for further verification” #Zeidhttps://t.co/W7YqwaVolzpic.twitter.com/w3l5StbwEK
— UN Human Rights (@UNHumanRights) 5 de dezembro de 2017
Para Zeid Raad al-Hussein, os mais de 620 mil refugiados rohingya não deveriam abandonar os campos onde se encontram sem que houvesse garantia de que o seu regresso seria feito em segurança.
Durante uma sessão especial do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, centrada na questão dos rohingya, o embaixador de Myanmar disse que o acordo com o vizinho Bangladesh iria permitir que, “dentro de dois meses”, deixassem de existir campos de refugiados.
O encontro teve lugar em Genebra e foi levado a cabo a pedido do Bangladesh.
Alto Comissário fala em “atos deliberados”
Zeid Raad al-Hussein descreveu a existência do que descreveu atos deliberados e como “barbaridades” cometidas contra os rohingya.
Terão sido queimadas pessoas dentro de suas casas, assassinadas crianças e adultos e alvejados grupos de pessoas quando tentavam fugir. O Alto Comissário referiu ainda a prática de violações de mulheres e crianças.
Zeid Raad al-Hussein pediu ao Alto Comissariado que referisse, à Assembleia Geral das Nações Unidas, a necessidade de estabelecer um mecanismo para ajudar investigações por alegados crimes cometidos.
Myanmar impede acesso de investigadores a Rakhine
Até ao momento, Myanmar tem impedido o acesso de investigadores independente ao estado de Rakhine, onde vivem os rohingya.
No entanto, o Governo birmanês continua a negar qualquer tipo de atrocidades contra os rohingya.
“Refusal by intl + local actors to even name the Rohingyas as Rohingyas – to recognise them as a community & respect their right to self-identification – creates a shameful paradox. They are denied a name, while being targeted for being who they are” #Zeidhttps://t.co/Rl7mC7H6eKpic.twitter.com/IrbrmrY2CE
— UN Human Rights (@UNHumanRights) 5 de dezembro de 2017