A fúria de Trump contra Bannon e o fim de um ciclo

A fúria de Trump contra Bannon e o fim de um ciclo
De  Antonio Oliveira E Silva com NBC NEWS E AFP
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O presidente dos EUA acusa o antigo conselheiro de ter "perdido a razão" e de ter passado o tempo em que esteve na Casa Branca a "inventar notícias" para fazer-se "mais importante do que era."

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Donald Trump acusou o antigo conselheiro e estratega, Steve Bannon, de ter perdido a razão, numas declarações que parecem pôr um fim mais do que definitivo à relação entre ambos.

O presidente dos Estados Unidos reagia depois de conhecer alguns dos excertos do livro "O Fogo e a Fúria na Casa Branca de Trump", de Michael Wolf, no qual Banon acusa o filho de Trump, Donald Trump Junior, de traição, por ter marcado encontro com uma advogada russa, que teria, alegadamente, informações comprometedoras sobre Hillary Clinton.

O presidente dos EUA disse ainda que Steve Bannon "nada teve a ve"r com a vitória dele nas presidenciais de novembro de 2016.

"Steve não teve senão um papel limitado na nossa vitória histórica", pode ler-se no comunicado do presidente Trump, que acusou ainda Bannon de ter passado o tempo, na Casa Branca, a propagar "informações falsas", para parecer "mais importante do que realmente era."

As declarações marcam uma radical mudança de tom da parte do presidente, já que, há menos de cinco meses, falava de Banon como um "amigo" e alguém "bem formado", vítima de um "péssimo tratamento" da parte dos media.

Uma polémica antes das eleições de novembro

As polémicas levantadas no livro de Wolf surgem no ano em que os Republicanos passarão por eleições primárias, com vista às eleições de meio termo de novembro. 

O conflito entre Trump e Bannon arrisca-se a polarizar ainda mais os quadros do partido conservador e afastar o eleitorado mais à direita.

Bannon é o autoproclamado salvador do chamado Trumpismo, que diz defender do que define como as elites Republicanas de Washington. 

Foi em nome desta recente onda política, que tomou o Partido Republicano depois do Tea Party, que Bannon apoiou o candidato Roy Moore, que perdeu as eleições no Alabama.

Casa Branca afasta medos

De acordo com a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, o livro de Wolf está "cheio de mentiras" já que o autor falou, como muito, entre cinco a sete minutos com Donald Trump. 

Sanders explicou aos jornalistas que o presidente Trump está "furioso" e "dececionado" com o que disse Bannon.

O círculo do presidente dos EUA é alvo de uma investigação levada a cabo pelo procurador especial, Robert Mueller, sobre um possível conflito de interesses, que relaciona o presidente com o Governo russo.

O objetivo da aproximação entre os Republicanos e o Kremlin teria sido influenciar as eleições presidenciais de novembro de 2016, de forma a garantir a vitória dos Republicanos.

As teias de Trump

Michael Flynn, antigo Conselheiro para a Segurança Nacional, confessou ter mentido ao FBI acerca dos encontros que manteve com o embaixador russo nos EUA, Serguei Kisliak.

Mas a investigação quer saber mais sobre um encontro mantido entre Donald Trump Junior, Jared Kushner, genro e conselheiro de Trump, Paul Manafort, antigo diretor de campanha e a advogada Natalia Veselnitskaya, em julho de 2016. 

Um encontro que, dizem os próximos do presidente, apenas terá durado "alguns minutos", sem que tenha sido divulgada "qualquer informação importante".

Steve Bannon aborda esta e outras questões, relacionadas com as investigações das quais são alvo os próximos de Trump. 

Bannon refere ainda que, pare ele, tudo indica que o FBI se debruça pela possibilidade de um esquema de lavagem de dinheiro. Uma possibilidade contemplada por Mueller, defende Bannon e que passa por investigar Paul Manafort, Trump Junior e Kushner.

Editor de vídeo • João Peseiro Monteiro

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