Irão: uma revolta como a de 1979?

Irão: uma revolta como a de 1979?
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De  Isabel Silva
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Os protestos no Irão estão a ser classificados por alguns iranianos expatriados na Europa como expressão do descontentamento popular pelas dificuldades económicas. Ou seja, um fenónemo distinto do movimento político contra o regime, em 2009, devido a suspeitas de fraude eleitoral.

“Entre as 21 pessoas mortas pela polícia desde o início dos protestos, a maioria delas são filhos de trabalhadores ou desempregados. Pedem, simplesmente, pão, liberdade e um teto sobre as suas cabeças”, explicou, à euronews, Reza Moini, um jornalista membro da organização Repórteres sem Fronteiras, exilado em Paris.

Para o jornalista, estas manifestações, espalhadas por cerca de 90 cidades, têm mais em comum com a revolução de 1979, num período de acentuada contração económica.

“A semelhança entre estes protestos e a revolução de 1979 é a escala dos mesmos que, tal como há 39 anos, se espalharam por todo o país”, acrescentou.

The EU’s tepid response to the #IranProtests is neither a robust defense of Western values nor is it in Europe’s interest. The regime isn’t only a menace to its own people but also to its neighbors. My take in Newsweek</a> <a href="https://t.co/Q7ctzEpE5g">https://t.co/Q7ctzEpE5g</a></p>— Daniel Schwammenthal (DSchwammenthal) January 4, 2018

A União Europeia disse que observa atentamente a situação, que surge cerca de dois anos e meio após ter sido assinado o acordo nuclear. Um marco político que visa, também, levar mais investimento do Ocidente àquele país.

Anvar Mir Sattari, opositor iraniano exilado em Bruxelas, explicou à euronews que a União Europeia não pode interferir demasiado: “Sou membro do Partido dos Verdes, na Bélgica e a nível europeu, mas a independência do Irão é muito importante para mim”.

“Devem ser os próprios iranianos a decidirem sobre o seu futuro, sem qualquer intervenção da Europa ou de outros países. Os partidos políticos europeus ajudaram-nos muito até agora, mas fazer mais do que isso pode ser visto como uma interferência política”, acrescentou.

You can see through a government’s pretensions to serve its people when it tries to prevent them from speaking with each other: #IranProtestshttps://t.co/uTC74wZD9P

— Kenneth Roth (@KenRoth) January 4, 2018

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