Reportagem da enviada especial da euronews a Praga, Beatrix Asboth.
Miloš Zeman foi reeleito, por uma margem pequena, presidente da República Checa. O político veterano, de 73 anos, considerado pró-russo, consegue mais um mandato, depois de um primeiro marcado por políticas anti-imigração.
Zeman derrotou Jiří Drahoš, um académico pró-europeu, até há pouco afastado da política, apoiado pelas forças centristas. Para David Binar, jornalista local entrevistado pela euronews, foram sobretudo as classes populares a garantir a reeleição do presidente: "As pessoas que votaram em Zeman foram, sobretudo, pessoas com salários abaixo da média, que não têm nada a perder e não se identificam com o sistema, com o nosso regime democrático", explicou.
Tal como o primeiro-ministro Andrej Babiš, Zeman foi membro do Partido Comunista da Checoslováquia, antes de se tornar numa das figuras da Revolução de Veludo que derrubou o regime. Foi primeiro-ministro, então no Partido Social-Democrata, mas aderiu depois aos ideais populistas e fundou um novo partido, assente na proximidade com a Rússia e críticas à NATO e ao ocidente em geral: "O importante é a perceção. A ideia que as pessoas têm de Zeman é que ele é pró-Rússia, pró-China e anti-Ocidente. Isso é algo que dá uma imagem pouco positiva da República Checa", disse à euronews o analista político Jiří Pehe.
A enviada especial da euronews a Praga, Beatrix Asboth, conclui: "Foram as segundas eleições diretas para presidente, na República Checa. A afluência foi recorde - 66% - o que mostra que votar é importante para as pessoas".