Executivo britânico foi apanhado de surpresa pelas alegações que surgiram na imprensa e anunciou que vai rever o trabalho com a organização não-governamental
Símbolo de esperança para uns, uma oportunidade de satisfazer as vontades sexuais para outros.
A colaboração da Oxfam com Governo britânico vai ser revista depois de na sexta-feira se ter ficado a saber que alguns responsáveis e colaboradores da organização não-governamental contrataram prostitutas com verbas da instituição para fazer orgias durante a missão no rescaldo do terramoto de 2010 no Haiti.
Os serviços contratados, que podem ter envolvido menores de idade, abalaram a reputação da Oxfam.
"É uma traição para com as pessoas às quais a Oxfam deveria prestar apoio e para com as pessoas que os enviaram para o terreno. É um escândalo", sublinhou Penny Mordaunt, a ministra britânica para o Desenvolvimento Internacional, durante um entrevista no programa "The Andrew Marr Show", da BBC.
O "The Times" teve acesso a um relatório confidencial da organização não-governamental que falava do resultado, preocupante, de uma investigação interna ao caso em 2011. A forma como a Oxfam geriu a crise, agora divulgada, está a ser alvo de críticas.
A instituição não perdeu tempo a demarcar-se das condutas em causa.
"Deveríamos ter feito mais, mas na altura isso não era comum na Oxfam. Não houve cobertura mediática. Dissemos em público que estávamos preocupados com a hipótese de mau uso de fundos públicos. Fizemos uma investigação. O dinheiro não foi mal usado, mas houve má conduta por parte de algumas pessoas. É inaceitável e tomámos medidas", disse o diretor-executivo da Oxfam, Mark Goldring.
Mas este não é caso único. A imprensa britânica denunciou, entretanto, que a Oxfam poderá ter encoberto outro escândalo no Chade. Ao que tudo indica prostitutas jovens eram continuamente convidadas pela equipa local à casa da organização no país e uma pessoa que ocupava um alto cargo foi despedida por razões de comportamento em 2006.