Brexit: acordo de livre comércio "enfraquecerá" laços económicos

Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu Direitos de autor REUTERS/Stringer
De  Isabel Silva com AFP
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"Este será o primeiro acordo de livre comércio da História que enfraquecerá os laços económicos em vez de os fortalecer", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ao anunciar as diretrizes para a futura parceria da União Europeia com o Reino Unido, depois do Brexit.

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Como o Reino Unido rejeita manter-se no mercado único e na união aduaneira depois do Brexit, a União Europeia apenas pode propor um acordo de livre comércio para a futura relação entre as duas partes, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, quarta-feira, durante uma visita ao Luxemburgo.

Sobre as linhas de orientação para esse acordo, Donald Tusk explicou que "este será o primeiro acordo de livre comércio da História que enfraquecerá os laços económicos em vez de os fortalecer. Este acordo não tornará o comércio entre o Reino Unido e a União Europeia mais fácil e suave, mas sim mais complicado e caro do que é hoje, para todos nós".

Não haverá tarifas sobre os produtos, mas o setor dos serviços será de mais difícil negociação, sobretudo o financeiro, face ao lucrativo setor bancário britânico.

O ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, alertou que os serviços financeiros devem fazer parte do acordo de comércio livre negociado com a União para poder ser aceite pelo governo de Londres.

"Dada a organização da economia do Reino Unido e as nossas trocas com os 27 países da União Europeia, é difícil ver como um acordo que não inclui serviços pode parecer justo e equilibrado", referiu o ministro.

Mas mesmo que haja algumas concessões, um acordo de livre comércio não vai ser suficiente para travar uma crise económica no Reino Unido, considera Roderick Abbott, analista do centro de estudos ECIPE.

"Não tenho dúvidas de que haverá uma quebra no comércio com a União Europeia, em particular nas exportações do Reino Unido para a União. Esse fluxo não vai ser substituído por novos negócios com países terceiros, porque novos acordos demoram tempo a fazer. Penso que esta quebra afetará aqueles que trabalham no setor das exportações, obviamente, bem como as famílias ligadas a esse setor. No longo prazo, penso que haverá uma diminuição do padrão de vida no país", explicou.

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