Oposição húngara assume derrota e líderes demitem-se

O desapontamento era natural entre os partidos da oposição. A maioria dos eleitores húngaros decidiu manter-se de costas voltadas para a União Europeia e reforçou a aposta no governo que privilegia a porta fechada aos imigrantes como pede Bruxelas.
Além da vitória do Fidesz, a subida do Jobbik, um partido associado à extrema-direita que apostou no apelo ao regresso dos emigrantes magiares baseado numa melhoria dos salários no país, também sublinhou o afastamento dos húngaros das políticas de esquerda.
Apesar de uma alta taxa de participação de quase 70 por cento, tanto a extrema-direita como os socialistas parecem ter falhado no apelo ao eleitorado rural, onde Viktor Orbán manteve claramente a preferência, um pouco à imagem do sucedido no Reino Unido com o referendo eurocético do "brexit."
A coligação de esquerda (Partido Socialista e o recém-criado partido ecologista do Diálogo) lamenta o falhanço junto das populações rurais.
"É óbvio agora que não podemos continuar a construir uma sociedade e alternativa democráticas quando os cidadãos a viver no campo são abandonados", afirmou o cabeça de lista dos socialistas, Gergely Karácsnoy.
A subida a segundo maior partido de oposição, permitiu ao Jobbik, uma força associada à extrema direita, arredindar o discurso para uma quase vitória.
"Com uma participação tão elevada pudemos manter o nosso nível de apoio, o que também significa que desta vez tivemos mais algumas centenas de milhar de votos", afirmou Gábor Vona, o presidente do Jobbik.
Perante os resultados aquém do desejado perante o Fidesz, os líderes das duas maiores forças de oposição decidiram demitir-se e abrir porta à renovação.