O capitão do Barcelona acaba contrato no verão, ainda não desvenda o futuro, mas a goleada ao Sevilha terá sido a derradeira final pelo Barça. Segue-se... uma equipa treinada por um português?
O FC Barcelona conquistou este fim de semana a 30ª Taça do Rei da história. Um triunfo por 5-0 sobre o Sevilha FC que ganha particular significado por ter sido, tudo indica, a última final de um dos maiores símbolos da escola de formação de La Masía e atual capitão da equipa "blaugrana": Andrés Iniesta.
A passe do brasileiro Philipe Coutinho, o uruguaio Luís Suárez abriu o marcador diante do Sevilha ao quarto de hora. Com assistência de calcanhar de Jordi Alba, o argentino Lionel Messi fez o 2-0 à meia hora.
Ainda antes do descanso, a passe de Messi, Suárez bisou. Iniesta carimbou a provável derradeira final da carreira pelo Barcelona assinando o 4-0.
De penálti, aos 69 minutos, Coutinho fixou o 5-0 final, visto do banco pelos portugueses Nelson Semedo (Barça) e Daniel Carriço (Sevilha).
Iniesta foi substitu´ido aos 87 minutos, ovacionado pelos adeptos de ambos os clubes e não escondeu as emoções, expressas em lágrimas já no banco de suplentes.
Apesar de todos os sinais, nas declarações após o apito final e ao levantamento de mais uma Taça como capitão do Barcelona, o médio de 33 anos não abriu o jogo quanto ao futuro.
"Esta semana vou pronunciar-me sobre a decisão que tenho de tomar. Além disso, foi um dia muito feliz. É o que me move agora. O que se vai passar dentro uns dias, logo se verá. Ainda temos a Liga. Temos de culminar uma grande temporada e esperar que os adeptos a possam desfrutar", afirmou Iniesta aos jornalistas na zona mista.
Ainda assim, tudo indica que Andrés Iniesta está prestes a terminar a ligação de quase uma vida ao Barcelona, onde acaba de conquistar, tal como Messi, o 31.° título da carreira.
A caminho da China?
Depois de alguns anos nos infantis do Albacete, o médio natural de Fuentealbilla, em Castela La Mancha, entrou no clube catalão com 12 anos e ali fez a mair parte da formação como futebolista.
Estreou-se naprimeira equipa do Barça a 29 de outubro de 2002, pela mão do holandês Louis van Gaal, numa equipa onde alinharam também os então futuros jogadores de Benfica, Geovanni dos Santos, e Sporting, Fábio Rochemback.
A estrela da equipa na altura era outro argentino, Juan Roman Riquelme, e, reza a crónica da altura do jornal Mundo Deportivo, Iniesta e o então dono da camisola 10 "combinaram com uma rapidez extraordinária" no que foi resumido como "uma estreia espetacular."
Ao lado de Xavi, no meio campo, Iniesta tornou-se figura central do "tiki taka" de Pep Guardiola, permitindo a Lionel Messi escalar ao mais alto nível da galáxia do futebol.
Em 2010, com o título de campeão do mundo de seleções a somar-se ao currículo, Iniesta viu fugir-lhe das mãos o merecido prémio de melhor do mundo para o colega de equipa argentino.
Em 2012, conquistou pela Espanha o segundo título europeu de seleções.
Soma quatro Ligas dos Campeões, três Mundiais de Clubes, três Supertaças Europeias, oito Ligas de Espanha (estás prestes a somar a nona), seis Taças do Rei e sete Supertaças de Espanha.
Na contabilidade de jogos, o médio soma 848 como sénior, dos quais 669 pela primeira equipa do Barcelona e 125 pela seleção.
Marcou 57 golos pela equipa A dos catalães e 14 pela "roja". Restam-lhe ainda cinco jogos pelo Barça, todos no campeonato espanhol, incluindo a sempre emociante receção ao real Madrid, a seis de maio.
Em junho, é quase certo que será um dos 23 convocados de Lopetegui para representar a seleção espanhola no Mundial da Rússia. E a seguir?
Ainda sem confirmação oficial, as notícias tanto nos jornais catalães como nos espanhóis em geral indicam que o futuro de Iniesta deverá passar pela China.
Fala-se de um acordo já assinado para um contrato de três anos com o Chongqing Dangdai Lifan, o clube cuja equipa é atualmente treinada pelo português Paulo Bento e que está no sexto lugar da Super Liga chinesa.
Nos próximos dias, Iniesta promete revelar para onde irá dar pontapés na "chicha" após o Mundial da Rússia.