Maduro reeleito por entre denúncias de fraude e alta abstenção

Maduro reclama triunfo e troca nome de rival por "Falsón"
Maduro reclama triunfo e troca nome de rival por "Falsón" Direitos de autor REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Direitos de autor REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
De  Francisco Marques com reuters
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Mais de 50 por cento dos eleitores optaram por não ir às urnas, num escrutínio não reconhecido por União Europeia e Estados Unidos

PUBLICIDADE

Entre denúncias de irregularidades e uma abstenção acima dos 53 por cento, Nicolás Maduro foi reeleito Presidente da Venezuela.

A confirmação surgiu no final da noite de domingo por Tibisay Lucena Ramirez, a presidente do Centro Nacional Eleitoral.

O líder do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), fundado por Hugo Chavez há dez anos, conseguiu mais de 65 por cento dos votos contra apenas pouco mais de 20 do principal rival, Henri Falcón, do Avançada Progressista.

Em terceiro ficou o pastor evangélico Javier Bertucci, com cerca de 11 por cento do escrutínio.

Pelas redes sociais, o segundo mais votado, Henri Falcón, alega ter recebido mais de 140 mil denúncias de votos manipulados, recusando aceitar os resultados.

O líder da oposição denunciou o incumprimento dos acordos pelo partido no governo e a alegada chantagem de Maduro sobre os eleitopres durante a campanha. Por isso, Falcón exige já a convocação de novas eleições.

"Nós não reconhecemos este processo eleitoral como válido, correto e concretizado. Para nós, não houve eleições. É preciso haver novas eleições na Venezuela", disse Falcón.

No discurso de vitória, Maduro não poupou o rival e até lhe trocou o nome por "Falsón."

"Voltámos a ganhar. Voltámos a triunfar. Somos a força da história chavista perante todos os desafios. Somos a força da história convertida em vitória popular permanente", afirmou o presidente reeleito, citado pela página do PSUV.

Maduro defendeu que "quando se perde deve ter-se a valentia de assumir a derrota" e convidou os rivais eleitorais para o diálogo "no dia e hora que queiram", sublinhando que "nunca antes um candidato havia ganho com 68 por cento do voto popular nem havia 'sacado' 47 por cento de vantagem ao segundo classificado". "Knockout (KO)", concretizou.

Maduro terá conseguido mais de 5,8 milhões de votos, contra 1,8 milhões de Falcón, 925 mil de Bertucci e apenas 34 mil de Reinaldo Quijada, numas eleições embargadas pela Mesa de Unidade Democrática (MUD), a coligação de oposição da qual foi expulsa a Avançada Progressista.

Estas eleições na Venezuela não são reconhecidas por União Europeia, Estados Unidos e Colômbia, entre outras entidades internacionais.

O secretário de Estado americano esteve a monitorizar as eleições venezuelanas e pelo Twitter considerou que estas "falsas eleições nada mudam."

"Precisamos do povo venezuelano a liderar este país, uma nação com tanto para oferecer ao mundo", escreveu Mike Pompeo, aproveitando para pedir a libertação de Josh Holt.

Holt é um norte-americano detido há dois anos em Caracas alegadamente sem julgamento depois de ter viajado para a Venezuela para casar com uma mulher também mormon que havia conhecido pela internet e que na última semana conseguiu divulgar dois vídeos a apelar à libertação, deixando críticas aos supostos esforços de Washington pela sua liberdade.

Outras fontes • CNE

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Maduro aclamado após apagão

Venezuela sem electricidade

Manuel Teixeira: "Comunidade Portuguesa está expectante"