A greve da empresa estatal é por tempo indefinido
"Se compramos queijo, ou pão, não temos dinheiro para vir trabalhar"
Funcionário, Corpoelec
Na Venezuela, os trabalhadores da empresa nacional de electricidade, Corpoelec, estão em greve desde segunda-feira e protestam contra o que descrevem como "salários de fome". Em alguns casos, o salário mensal de um trabalhador não é superior a €1.70.
A greve não tem fim à vista e vai aumentar a pressão sobre o governo de Nicolas Maduro.
Desde março que os cortes no abastecimento de electricidade são cada vez mais frequentes. Os trabalhadores reclamam aumentos salariais e investimento.
"Nem sequer consigo comprar pão, há muitos anos que trabalho para a empresa e ganho o salário mínimo. (...) Nem consigo pagar o bilhete. Há muitas em que trabalhamos um dia e faltamos dois dias porque nao temos dinheiro para o bilhete. Se compramos queijo, ou pão, não temos dinheiro para vir trabalhar", afirma Giovanni Gonzalez, funcionário da Corpoelec.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional, a inflação na Venezuela deverá atingir 1 milhão ainda este ano. O presidente Nicolas Maduro afirma que o país é vítima do que descreve como uma guerra económica e aponta o dedo aos interesses económicos da oposição que, afirma, atua com o apoio de Washington.
Desde 25 de junho que os trabalhadores da saúde estão igualmente em greve. Também eles reclamam aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
Os professores universitários discutem igualmente a adesão à adesão à greve. Os reformados manifestaram-se recentemente para reclamar o pagamento das pensões.