O secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, também analisou para a euronews a atual conjuntura no país.
O governador do Banco de Itália está preocupado com as consequências que a instabilidade política no país podem vir a ter na economia, em particular na dívida. A Itália vai, com alguma probabilidade, ter de ir a eleições antecipadas no outono, se o governo de gestão liderado por Carlo Cottarelli não conseguir que o orçamento seja aprovado. Eleições que podem significar um reforço dos partidos antissistema, a Liga e o Movimento Cinco Estrelas.
"As nossas condicionantes não são só as regras europeias, mas também a lógica contabilística, a lógica económica, intimamente ligada à obrigação que todos temos de não comprometer o futuro das próximas gerações. Aumentar a dívida significa fazê-las pagar aquilo que não queremos pagar agora", disse num discurso o governador do banco central italiano, Ignazio Visco.
A nomeação de Cottarelli segue-se à desistência de Giuseppe Conte, depois de o presidente Sergio Mattarella ter vetado o nome proposto para ministro das Finanças. Em entrevista exclusiva à euronews, o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, diz que estas mudanças políticas, a que assistimos em vários países, vêm do descontentamento das pessoas: "Estes resultados mostram que há muitas pessoas dispostas a votar contra. Mas contra o quê? Contra o establishment_. O pior caso é aquele em que as pessoas já não vão votar. O protesto mais grave é ficar longe das urnas"_.