Vice-procurador-geral de Angola confirma que o processo já está em tribunal. Entre os 11 arguidos está o ex-Chefe do Estado Maior das Forças Armadas angolanas e o porta-voz do MPLA.
Já está em tribunal o processo de tentativa de burla ao Estado Angolano em 50 mil milhões de dólares, cerca de 43 mil milhões de euros.
A confirmação foi feita esta quarta-feira pelo vice-procurador-geral de Angola.
À margem de um seminário, em Luanda, Mota Liz revelou que depois da instrução do Ministério Público, o processo passou por uma fase de instrução contraditória e que a Procuradoria vai agora confirmar a acusação.
"Se o acusado ou o Ministério Público entender que há elementos que precisam de ser esclarecidos, podem requerer a instrução contraditória. Neste caso, aconteceu que foi a defesa quem pediu a instrução contraditória e esta fase também já terminou. O processo agora vai seguir os seus trâmites normais e vamos esperar que o juiz se pronuncie ou não, é a faculdade do juiz", referiu Mota Liz.
O caso envolve cidadãos estrangeiros e angolanos, alguns com cargos bem relevantes no país.
É o caso do ex-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Geraldo Sachipengo Nunda ou do porta-voz do MPLA, Norberto Garcia que aqui vemos ao lado de Celeste de Brito, empresária que também está envolvida no processo.
Terá sido ela a servir de ponte entre os alegados burlões que diziam que queriam investir no país e as autoridades angolanas.
Os acusados alegavam ter acesso a uma linha de financiamento de 50 mil milhões de dólares, num banco das Filipinas, e queriam investir esse dinheiro em Angola. Chegaram mesmo a mostrar um cheque preenchido com essa quantia.
Um investimento fraudulento, segundo o Ministério Público, tal como o cheque apresentado.
7 dos 11 arguidos deste caso já estão em prisão preventiva desde fevereiro.
São acusados de vários crimes, nomeadamente de associação criminosa, fabrico e falsidade de títulos de crédito, burla por defraudação na forma frustrada, exercício ilegal de funções públicas, tráfico de influência, promoção e auxílio à emigração ilegal, falsificação de documentos e abuso de poder.