Os protestos prolongaram-se pela noite fora mas desta vez os surtos de violência foram contidos pelas forças policiais.
A agitação que se vive neste momento reflete uma divisão crescente na sociedade alemã, em reação à decisão da chanceler Angela Merkel de autorizar a entrada a cerca de um milhão de requerentes de asilo em 2015.
Os novos protestos em Berlim prolongaram-se pela noite fora mas desta vez os surtos de violência foram contidos pelas forças policiais. Um total de seis pessoas ficaram feridas e estão ainda no hospital.
No domingo passado levantou-se a questão de saber a razão porque a polícia não interveio mais cedo e porque centenas de pessoas lançaram uma caça às bruxas contra pessoas de côr e de origem estrangeira.
Surtos de violência não são estranhos à região da Saxónia, que está na origem do movimento anti-islâmico e xenofóbico PEGIDA (Europeus Patriotas contra a Islamização do Ocidente). O movimento nasceu em Dresden em 2014.
Nos protestos de ontem, a frustração dos simpatizantes da extrema-direita, que instrumentalizam o assassinato à facada de um alemão de 35 anos ocorrida no sábado à noite para avançar a sua agenda política, era evidente, com manifestantes a gritarem slogans tais como "mais poder para a Alemanha," "liberdade para a Alemanha" e também "Merkel tem que saír," que tem sido o lema desde a crise de refugiados de 2015.
Por outro lado, ontem à noite participaram também membros de fachas partidárias anti-fascistas e de extrema-esquerda, gritando slogans como "não à propaganda nazista na Alemanha."