Arcebispo italiano acusa o Papa de ter conhecimento de abusos

No seu sermão aos fíeis na praça de São Pedro, o Papa Francisco afirmou que durante a sua recente visita à Irlanda, pediu perdão a Deus pelos crimes sexuais cometidos por membros da igreja Católica da Irlanda e outros países, e prometeu fazer tudo no seu alcançe para que tais crimes nunca se repitam.
A promessa do Pontífice contraria a carta que o arcebispo italiano Carlo Maria Viganò escreveu no dia 22 de agosto para acusar o Papa Francisco de encobrir casos de abuso sexual no seio da Igreja Católica. No seu testemunho de onze páginas, o clérigo faz múltiplas acusações concretas à igreja Católica e ao Papa Francisco. Entre estas, afirma que o Pontífice tinha conhecimento das denúncias de abuso sexual contra o cardeal norte-americano Theodore McCarrick.
A carta torna evidente o conflito crescente entre duas facções no seio da igreja entre membros reformistas, representados pelo Papa, e membros conservadores. Para muitos bispos e padres, o arcebispo Viganò é um homem honesto e íntegro que quer ter a conciência limpa e expurgar a igreja Católica de membros criminosos e corruptos.
Para membros reformistas da igreja, o arcebispo Viganò e um clérigo descontente e reprovador que guarda rancor pelo facto de não ter sido feito cardinal e que é apoiante de um grupo de cardinais que se opõem fortemente ao Papa Francisco, pretendendo com a carta lançar uma campanha ofensiva contra o Pontífice.
O clérigo norte-americano Theodore McCarrick tornou-se o primeiro cardeal da igreja Católica a renunciar à sua posição na liderança depois de serem provadas alegações de abusos sexuais de seminaristas e outros subordinados.
O Vaticano recusou comentar a carta.