Macedónia vulnerável a notícias falsas

Macedónia vulnerável a notícias falsas
De  Joao Duarte Ferreira
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A desinformação ocorre a menos de duas semanas de um referendo sobre o futuro nome do país

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A localidade de Veles na Macedónia tornou-se conhecida no mundo inteiro como um dos principais centros de produção de notícias falsas durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais norte-americanas de 2016.

Mas a menos de duas semanas de um referendo sobre a mudança de nome, tudo sugere que a Macedónia sucumbiu à ameaça das notícas falsas.

A rede de jornalismo de investigação OCCRP está a acompanhar o caso.

"Estamos a seguir e a investigar os locais de produção de notícias falsas que usam o hashtag #bojkotiram que significa boicotar o referendo. Foram registadas dezenas de milhar de contas, especialmente no twitter, e o que fazem é espalhar informações falsas provenientes de fontes externas", adianta Sashka Cvetkovska, jornalista de investigação da rede OCCRP (Projeto de investigação sobre a corrupção e crime organizado).

Os peritos afirmam que existe influência estrangeira, possivelmente da Rússia cujo objetivo é impedir que a Macedónia se junte à NATO.

O antigo diplomata norte-americano e atual consultor político, David Stephenson, afirma ser possível que a Rússia esteja por detrás das notícias falsas.

"Apesar de não ter provas concretas, penso que é provável que sejam eles a fonte das notícias falsas. É assim que funcionam, tentam dividir a sociedade e capitalizar em algo que é no seu interesse estratégico, e que neste caso é impedir que a Macedónia se junte à NATO", afirma.

É no dia 30 de setembro que tem lugar um referendo sobre o futuro nome do país. Caso o referendo adote a nova designação de República da Macedónia do Norte, tal poderá abrir as portas à inclusão da Macedónia na NATO e na União Europeia.

O repórter da euronews Borjan Jovanovski está a acompanhar os desenvolvimentos:

"Num estudo recente a Macedónia foi classificada como o país mais vulnerável ao fenómeno das notícias falsas na Europa. A razão para esta situação, a qual ameaça os interesses estratégicos do estado relativos à integração nas instituições da Aliança Atlântica, é a vulnerabilidade das instituições democráticas no país assim como a atitude frente à comunicação social".

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