O governo de Itália decidiu na terça-feira à noite rever as metas do défice para os próximos três anos. A medida surge após uma série de trocas de palavras com Bruxelas que fizeram cair os títulos da dívida pública italiana.
No meio de um enorme braço-de-ferro com a Comissão Europeia, o governo italiano anunciou cortes na meta do défice relativamente ao que vinha anunciando nos últimos dias.
Numa reunião na terça-feira à noite, o executivo de Roma terá decidido manter a previsão de 2,4% do PIB em 2019, mas reduzir para 2,2% em 2020 e 2% em 2021.
A insistência, nos últimos dias, do governo de Giuseppe Conte em manter o défice nos 2,4% criou tensão nos mercados e provocou a descida dos títulos da dívida pública italiana, suscitando fortes receios e críticas em Bruxelas.
Esta quarta-feira, o comissário Pierre Moscovici saudou os novos planos para o défice italiano, mas avisou o governo de Roma que ainda corre o risco de incumprimento das normas europeias em 2019.
O orçamento italiano deverá ser formalmente apresentado à União Europeia em finais de Outubro.
O repórter da Euronews, Claudio Lavanga fala do ambiente político em Itália: "A oposição e os críticos dizem que, basicamente, o governo italiano - com esta nova guerra de palavras - está a tentar conseguir duas coisas: uma é culpar a União Europeia se eventualmente não conseguir financiar as caras promessas eleitorais que fez; a outra é fazer crescer um sentimento anti-europeu que poderia favorecer os dois partidos que governam, ou seja, a "Lega" e o "Movimento 5 Estrelas", nas próximas eleições parlamentares europeias, em 2019 ".