Comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros revela haver 18 detidos e presidente dos EUA enaltace investigação do aliado árabe
A Arábia Saudita reconheceu pela primeira vez, esta sexta-feira à noite, o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no interior do respetivo consulado em Istambul, na Turquia.
Num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgado pela televisão saudita mais de duas semanas após o último registo com vida do jornalista, as autoridades sauditas revelam que o homicídio terá acontecido após uma discussão ter degenerado num confronto físico, fatal para Jamal Kashoggi.
Dezoito pessoas foram detidas. Todas sauditas. A investigação prossegue.
O Presidente dos Estados Unidos já reagiu ao comunicado saudita.
Donald Trump enalteceu "o passo dado" pela Arábia Saudita, sublinhando a detenção dos "muitos" suspeitos implicados na morte do jornalista dissidente.
"A Arábia Saudita tem sido um grande aliado. O que se passou é inaceitável, mas eu preferiria que não usássemos, em resposta, o cancelamento de um trabalho avaliado em 110 mil milhões de dólares e que implica 600 mil postos de trabalho", sublinhou Trump.
Jamal Kashoggi foi visto pela última vez a dois de outubro, entrando no consulado em Istambul, onde deveria ir levantar alguns documentos que lhe permitiriam regressar à Arábia Saudita.
Uma investigação foi de pronto lançada pelas autoridades turcas e com acusações ao regime saudita, rejeitadas por Riade. Perante a pressão internacional, o governo saudita acedeu a colaborar na investigação, permitiu o acesso turco ao consulado e à residência do Cônsul, o que terá levado agora ao reconhecimento do crime e à detenção de suspeitos, todos sauditas.