Alemanha e Áustria condenaram os ataques da "Noite de Cristal" que resultaram na morte de 91 pessoas e na destruição de milhares de sinagogas, casas e lojas de judeus na Alemanha e na Áustria. Mais de 30 mil judeus foram presos, sendo muitos encaminhados para campos de concentração.
A Alemanha recordou a vítimas da "Noite de Cristal", oito décadas depois.
Os líderes germânicos reuniram-se, esta sexta-feira, numa sinagoga em Berlim, lembrando a noite de nove para dez de novembro, de 1938, altura em que o Partido Nazi promoveu uma vaga antissemita na Alemanha e na Áustria.
Angela Merkel afirmou que a Alemanha tem o dever moral de lutar contra o antissemitismo.
"Estamos chocados com os ataques a pessoas que usam kippas e chocados com os ataques radicais de extrema-direita contra um restaurante judeu em Chemnitz, em agosto deste ano. Essa é uma forma de crimes antissemitas que invocam lembranças terríveis, do início da perseguição aos judeus nos anos 30", afirma a chanceler germânica.
O Parlamento alemão assinalou a data condenando os ataques da "Noite de Cristal" que resultaram na morte de 91 pessoas e na destruição de milhares de sinagogas, casas e lojas de judeus na Alemanha e na Áustria. Mais de 30 mil judeus foram presos, sendo muitos encaminhados para campos de concentração.
Também em Viena, as autoridades austríacas condenaram os eventos daquela fatídica noite.
O chanceler austríaco afirmou que o antissemitismo deve ser combatido por todos.
"Na Áustria e na Europa, não deve haver lugar para o antissemitismo. A nossa responsabilidade histórica não termina nem na fronteira austríaca nem na fronteira europeia", disse Sebastian Kurz.
O presidente austríaco, Alexander van-der Bellen, prestou homenagem às vitimas da "Noite de Cristal" e lançou um apelo contra a intolerância. O chefe de Estado advertiu que apesar da história não se repetir, existem hoje situações e retóricas políticas, que evidenciam semelhanças com o passado.