Brexit gera mar de incertezas no Reino Unido

Faltam pouco mais de quatro meses para a data limite do Brexit mas ninguém parece saber exatamente o que vai acontecer a seguir. A euronews esteve no coração do Reino Unido para ouvir o que pensa a população longe dos grandes centros urbanos.
Abingdon-on-Thames é uma pequena cidade inglesa nos arredores de Oxford com pouco mais de trinta mil habitantes. O dia-a-dia segue como sempre mas a dúvida sobre o que vai acontecer no próximo 29 de março paira no ar.
No referendo de 2016, a permanência foi a opção mais votada na região. Gary Hooper é um florista na cidade e explica a sua opção:
"Penso que o comércio livre é o fator mais importante para o meu negócio, para a importação de flores. Oitenta por cento das flores no Reino Unido são provenientes da Holanda, não só as flores. Vendemos velas, vasos e outros produtos que compramos maioritariamente em Amesterdão."
Uma opinião partilhada por Paul Blachut, que chegou ao Reino Unido em busca de uma vida melhor e agora tem três lojas:
"Não sabemos o que vai acontecer, ainda não há acordo sobre nada. Espero que Bruxelas e Londres encontrem uma solução que nos permita manter a liberdade de comércio e circulação e que não nos faça pagar mais taxas e impostos alfandegários.
A Grã-Bretanha não será tão lucrativa como é agora. Muitos dos imigrantes polacos e da Europa de Leste vão regressar à Europa, para casa ou para outros países europeus. Vamos ver o que o futuro nos reserva. Espero que cheguem a acordo para manter a livre circulação."
A esperança de uns é o maior receio de outros. Para os defensores do Brexit, a recuperação do controlo fronteiriço é ponto de honra. Por isso mesmo o acordo para a saída tem desagradado quer a gregos, quer a troianos.