Aumenta a tensão entre Rússia e Ucrânia

As tensões entre a Ucrânia e a Rússia, que se agudizaram com o recente confronto naval no Mar de Azov, aumentaram, ainda mais, com o estatuto atribuído por Moscovo aos marinheiros ucranianos detidos pela Rússia.
"A principal linha de defesa é, em primeiro lugar, que eles são militares, prisioneiros de guerra e, de acordo com a Convenção de Genebra, devem ser imediatamente libertados e devolvidos à sua pátria (FLASH 00:33)"A minha tarefa agora, como advogado, é, em primeiro lugar, proteger um prisioneiro de guerra. Acredito que o meu país deveria libertá-lo, acredito que a Rússia deve assumir as obrigações internacionais que ratificou," afirmou o advogado do marinheiro ucraniano Vasily Soroka, Sergey Badamshin.
A Ucrânia contratou 34 advogados para defender a tripulação. Alguns dos militares ficaram feridos quando o barco foi atingido por fogo russo - por definição, uma ação militar, de acordo o advogado.
"Os feridos estão a recuperar. Ficaram feridos em resultado do bombardeamento do Berdyansk, pelos guardas de fronteira russos. Pelo que sei, eles dispararam uma AK-630, uma arma automática de artilharia que dispara como uma metralhadora," acrescescentou Sergey Badamshin.
Kiev insiste que os militares devem ser tratados como prisioneiros de guerra e libertados imediatamente. Mas Moscovo diz que eles são cidadãos ucranianos e são julgados por infrações penais.
“Neste caso, desculpe, se, de repente, eu invadir o território de alguém, sou detido; e se tenho divisas nos ombros, sou um prisioneiro de guerra ou algo assim? Isto é um absurdo, e acho que este absurdo é bem entendido por todos. Os nossos colegas de Kiev, definitivamente, não conseguirão, mais uma vez, atrair a Rússia para o teatro do absurdo,” declarou o presidente do comité dos negócios estrangeiros da Duma, Leonid Slutsky.
Os militares da marinha ucraniana foram detidos no estreito de Querche, ao largo da Crimeia, num confronto naval no mês passado.
Entretanto, o ministério da Defesa russo informou, esta segunda-feira, que está a deslocar mais de 10 caças Sukhoi SU-27 e SU-30 para a Crimeia.