O presidente Petro Poroshenko tinha anunciado o estado de exceção no final do mês de novembro.
O Presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, anunciou hoje o fim da lei marcial, instaurada em finais de novembro em diversas regiões fronteiriças ucranianas após o confronto marítimo ao largo da península da Crimeia, anexada pela Rússia.
"A lei marcial está cancelada. Esta é a minha decisão, baseada na análise da atual situação de segurança do Estado", disse, durante uma reunião do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia.
A lei marcial foi aplicada em 10 regiões costeiras, limítrofes da Rússia - incluindo Donetsk e Lugansk, cenário de um conflito armado desde 2014 - e da Moldávia, e no mar de Azov, zonas consideradas como as mais ameaçadas por uma possível agressão da Rússia.
Na origem do novo braço de ferro entre os dois países esteve a captura de três navios ucranianos no mar de Azov pela Rússia. A lei marcial incluiu medidas como a mobilização de tropas para a fronteira com a Rússia e para os portos dos mares Negro e Azov e restrições à entrada no país de homens russos em idade militar.
"Sublinho com firmeza que a Ucrânia nunca vai deixar de utilizar os seus portos de Azov, incluindo por navios militares. A verdade está do nosso lado, a lei e o direito internacional em particular estão do nosso lado, o apoio internacional está do nosso lado e usaremos todos os meios diplomáticos", acrescentou Poroshenko.
Na sua recente conferência anual, em Moscovo, Vladimir Putin atacou Petro Poroshenko. O presidente russo acusou o homólogo ucraniano de estar a fazer uma manobra política com vista às próximas eleições de março.
O estreito de Kerch, que liga o Mar de Azov ao Mar Negro, é considerado uma área estratégica e em causa poderá estar o futuro da livre circulação marítima dos dois países na região.