Pawel Adamowicz morre na mesa de operações

Pawel Adamowicz momentos antes de ser apunhalado mortalmente
Pawel Adamowicz momentos antes de ser apunhalado mortalmente Direitos de autor Agencja Gazeta/Bartosz Banka/via REUTERS
De  Francisco Marques
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Presidente da câmara de Gdansk foi apunhalado no coração e no abdómen. Após cinco horas a ser operado, não resistiu aos ferimentos. Vice-presidente da Comissão Europeia ficou devastado

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Morreu o presidente da câmara de Gdansk, na Polónia. Pawel Adamowicz tinha sido esfaqueado domingo à noite durante um evento de caridade, ainda foi internado em estado grave, mas acabou por não resistir aos ferimentos.

O autarca sofreu ferimentos no coração e no abdómen, perdeu a consciência, mas ainda terá sido reanimado no local do ataque pela pronta assistência médica.

Adamowicz foi transferido para o hospital da Universidade Médica de Gdansk, onde foi operado durante cinco horas, precisou a agência de notícias PAP.

"Não o conseguimos salvar apesar de todos os esforços", lamentou o diretor médico do hospital, Tomasz Stefaniak.

Num vídeo amador do ataque a que a Euronews teve acesso, vê-se um homem a subir ao palco onde o autarca discursava e a apunhala-lo. O agressor ainda conseguiu pegar no microfone para dizer que tinha estado "preso injustamente" e sido "torturado pelo anterior governo."

O ataque teve centenas de testemunhas e o agressor, um homem de 27 anos com cadastro, acabou por ser detido quase de imediato.

Conhecido político liberal, Adamowicz participava na "Grande Orquestra de Natal", um evento anual de caridade realizado em Gdansk por voluntário com o objetivo de angariar fundos para a compra de equipamento médico.

A condenação do ataque ao autarca de Gdansk ultrapassou fronteiras. "Ele não conseguiu ultrapassar tudo o que sofreu. Vamos deixá-lo ter o seu descanso eterno", lamentou Lukasz Szumowski, o ministro da Saúde polaco, através a estação privada TVN.

Pelo Twitter, o vice-presidente da Comissão Europeia Frans Timmermans assumiu-se, num primeiro momento, "horrorizado pelo ataque brutal" contra Pawel Adamowicz", que descrevia como "um grande líder da sua cidade e um verdadeiro humanitário."

Já depois da notícia da morte, Timmermans confessou-se "devastado", lamentando esta "violência sem sentido" e considerando que "Gdansk, a Polónia e a Europa vão sentir a falta" de Adamowicz.

O presidente do Conselho Europeu também reagiu pelo Twitter. "Pawel Adamowicz, um homem de solidariedade e liberdade, um europeu, meu bom amigo, foi assassinado. Que descanse em paz", escreveu Donalt Tusk.

O presidente da câmara de Varsóvia decidiu honrar a memória do homólogo de Gdansk com um decreto de três dias de luto regional, um momento que Rafal Trzaskowski espera que seja aproveitado pelos compatriotas para meditar e refletir no sucedido.

Esta segunda-feira, realiza-se pelas 20:30 (hora local), uma missa na catedral de Varsóvia pela memória de Pawel Adamowicz, liderada pelo cardeal metropolitano da capital Kazimierz Nycz.

Com presença confirmada na missa, o primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki convidou todos a participar nesta comunhão que dará início às cerimónias fúnebres do autarca de Gdansk.

O governo regional de Pomerânia, província da qual Gdansk é a capital, vai reunir-se com os deputados locais, de acordo com a PAP, o mais rápido possível para determinar quem irá atuar como presidente da câmara interino até à realização de eleições antecipadas.

De acordo com o artigo 492 do Código eleitoral, a morte do detentor do cargo de presidente é um dos fatores que determina o fim do mandato e obriga o comissário eleitoral a marcar novo sufrágio no prazo de 14 dias.

Adamowicz tinha 53 anos, era casado e deixa duas filhas orfãs. Estava à frente da Câmara Municipal de Gdansk desde 1998.

Nas autárquicas do ano passado, Adamowicz reconquistou para o partido Plataforma Cívica (PO, na sigla original) a autarquia com 65 por cento dos votos

Outras fontes • PAP

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