"Dois terços da dívida angolana estão a ser pagos"

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Direitos de autor AMPE ROGÉRIO/LUSA
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De  Euronews com Lusa
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No primeiro dia de visita de estado de Marcelo Rebelo de Sousa a Angola, o presidente português teceu elogios ao processo político entre os dois países

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O Presidente português afirmou esta quarta-feira, no primeiro dia de visita de Estado a Angola, que cerca de dois terços da dívida certificada do país de João Lourenço a empresas portuguesas está a ser paga, o que considerou que "é notável", num processo com sete meses.

Marcelo Rebelo de Sousa falava numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo angolano, João Lourenço, com quem hoje se reuniu, no palácio presidencial, em Luanda, no primeiro dia da sua visita de Estado a Angola.

Segundo o chefe de Estado português, registaram-se "muitos avanços" na delimitação do universo total de dívida, na certificação e no pagamento, "avanços de visita para visita - mas não avanços por causa das visitas, há avanços porque no terreno se vai avançando".

Relativamente ao total da dívida, com a ressalva de que o montante global continua "permanentemente em equação", Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "daquilo que foi definido até agora como primeiro universo cerca de dois terços corresponde já a dívida certificada".

Sem nunca mencionar valores, o Presidente português adiantou que, "desse universo de dívida certificada, cerca de dois terços está a ser paga, através das várias formas que o Presidente João Lourenço aqui disse que são negociadas especificamente com cada uma das contrapartes".

"E isto, para quem tem experiência em matéria de política económica e de economia internacional, é raríssimo", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, salientando que este é "um processo que, em rigor, tem sete meses".

"Estamos condenados a ser irmãos"

O Presidente português defendeu esta quarta-feira, no parlamento angolano que Portugal e Angola têm uma fraternidade que faz ultrapassar "queixumes, amuos, diferendos, juras de zangas eternas que todas as famílias conhecem ao longo da sua vida".

"Estamos condenados a sermos irmãos. E mais vale assumirmos que o somos e dessa inspiradora inevitabilidade retirarmos todos os proveitos para os nossos povos, do que teimarmos em negar uma realidade irremovível. Sim, porque essa fraternidade nunca desaparecerá", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava perante o Presidente angolano, João Lourenço, e os deputados da Assembleia Nacional de Angola, numa sessão solene em que, na parte final da sua intervenção, descreveu as relações luso-angolanas como uma "fraternidade que não se escolhe" e que "nunca desaparecerá".

Lusa

Segundo o chefe de Estado português, "é mais do que a amizade, é mais do que a cumplicidade nas horas más e nas horas boas, é mais do que a parceira económica financeira social e política, é mais do que a partilha linguística ou cultural".

"Fraternidade que persiste para além de todos os agravos e as injustiças do passado, como para além de todos os gestos gratificantes desse passado. Fraternidade que nos une, apesar da distância, apesar dos desencontros pessoais ou comunitários, apesar das diversidades de visões e de interesses", prosseguiu.

O Presidente português, que hoje iniciou uma visita de Estado de quatro dias a Angola, considerou que os dois países estão unidos por "um mundo mais justo, mais pacífico, mais dialogante, mais respeitador dos direitos humanos, mais multilateral, mais atento às alterações climáticas e à justiça entre gerações".

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que Portugal vê em Angola "um só povo e uma só nação, uma potência a emergir, um caminho na vivência democrática e no combate pela justiça e a transparência, um peso geoestratégico regional, continental e universal".

"Aqui vos deixo, emocionado, a voz de Portugal, a voz do povo português, saudando o promissor futuro que vos espera, que vos interpela, que nos espera, que nos interpela, o futuro partilhado de Angola e Portugal. Viva Portugal, viva Angola", concluiu.

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