Demissão de Bouteflika festejada nas ruas de Argel

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Direitos de autor REUTERS/Ramzi Boudina
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De  Ricardo Figueira
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Presidente do país durante quatro mandatos, a pressão das ruas levou à demissão de Abdelaziz Bouteflika.

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A festa em Argel foi rija, para celebrar o anúncio da demissão do presidente Abdelaziz Bouteflika, ao fim de vinte anos no poder e de várias semanas consecutivas de manifestações.

Os protestos começaram quando Bouteflika, que cumpriu já quatro mandatos aos comandos da Argélia, anunciou que se iria recandidatar, apesar da contestação, do recorde de anos no poder, da idade avançada e da saúde frágil. A pressão das ruas fê-lo retirar a candidatura e, finalmente, este domingo, demitir-se.

Para os manifestantes, apesar deste objetivo alcançado, não é altura de baixar os braços: "Se nos vamos contentar com a queda de um indivíduo, não vamos longe. O nosso verdadeiro combate é ter um Estado de direito, instituições, um Estado democrático. Queremos uma nova era, uma segunda república, com uma verdadeira soberania popular", diz um popular. "Agora só estamos à espera que prendam o irmão, Said Bouteflika, juntamente com a família e os amigos", diz outro.

Bouteflika fez parte da vida política da Argélia desde a guerra de independência que opôs a Frente de Libertação Nacional à França até aos dias de hoje. A demissão só aconteceu depois de pressões dos militares, nomeadamente do chefe das Forças Armadas, o general Ahmed Gaed Salah, que exigiu que Bouteflika fosse declarado inapto para o exercício do poder.

O presidente da câmara alta do parlamento, Abdelkader Bensalah, foi nomeado presidente interino durante 90 dias e está encarregue de organizar eleições livres, capazes de apaziguar a efervescência das ruas.

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