Eleições: Israel avança contra o processo de paz

Eleições: Israel avança contra o processo de paz
De  Euronews
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Os resultados eleitorais em Israel fazem pensar que o país avança no sentido oposto ao processo de paz. Os analistas temem a agudização do conflito.

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Benjamin Nethanyahu está a caminho de um quinto mandato como chefe do governo israelita. Ainda que os resultados nas urnas o coloquem praticamente em igualdade com o seu principal rival, as coligações possíveis podem garantir-lhe o apoio de 65 dos 120 deputados da knesset.

Coligações que vão fazer-se à direita e o preço a pagar para o processo de paz palestiniano poder ser bastante caro, como referiu o correspondente da NBC, Bill Neely, à Euronews: "A questão é o que esses partidos de direita exigem para permanecer no governo - eles podem exigir coisas como anexar não apenas os colonatos na Cisjordânia, mas mais da própria Cisjordânia, por isso poderemos assistir ainda a mais divisões políticas".

Como refere Dahlia Scheindlin, especialista em opinião pública e consultora política de Tel Aviv, agora os partidos de direita podem exigir legalizar essa "anexação desenfreada", a que temos vindo a assistir.

"Vejo uma pressão crescente para estender e formalizar em termos legais as anexações e para que se faça declarações sobre isso. Será feito talvez por partes, mas poderemos ver projetos de lei no parlamento para anexar colonatos como Maale Adumim ou Área C, que representa 60% da Cisjordânia. Eu não ficaria surpreendida se isto acontecesse no próximo mandato", afirma.

Já antes da eleição, os palestinianos advertiam que as promessas de Netanyahu eram muito mais do que retórica de campanha. Agora, como diz o principal negociador palestiniano, Saeb Erekat, é um veredicto, um status quo confirmado e, como alguns temem, o fim das esperanças para a solução de dois estados.

"Acho que há apenas 18 deputados, dos 120 da knesset, que apoiam a solução dos dois estados, de acordo com as fronteiras de 1967", refere.

As tensões das últimas semanas entre israelitas e palestinianos e o facto de o processo de paz não ter sido praticamente tema de campnha, deixam poucas esperanças, na solução internacional de um estado israelita e um estado palestiniano, apesar de Donald Trump ter anunciado para breve a apresentação de um plano para resolver o conflito.

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