O vice-presidente dos EUA elogiou as condições em que os migrantes estão a viver nos centros de detenção na fronteira com o México.
Cerca de 400 homens, detidos há mais de 40 dias, sem acesso a condições básicas de higiene, numa cela demasiado pequena para tanta gente.
É assim o dia-a-dia de um centro de detenção de migrantes no Texas, que o vice-presidente dos Estados Unidos pôde constatar durante uma visita.
No entanto, perante uma assembleia de guardas fronteiriços, Mike Pence referiu-se às instalações como um espaço "que presta cuidados que orgulhariam qualquer norte-americano".
A afirmação surge na sequência de a congressista Alexandria Ocasio-Cortez ter classificado os centros fronteiriços norte-americanos como "campos de concentração".
"Enquanto nos continuarem a pedir para falar apenas com as autoridades, não iremos obter o testemunho dos migrantes sobre como estão a ser tratados, como vivem. Portanto, quando aquelas mulheres me dizem que foram colocadas numa cela, e que o lavatório não está a funcionar, nós testamos e o lavatório não funciona, e que lhes disseram para beber água da sanita, eu acredito nelas", afirmou a deputada Democrata.
Apesar de o Congresso ter aprovado dispensar 4 mil e 600 milhões de dólares, mais de 4 mil milhões de euros, para a melhoria de condições nestes centros, o braço-de-ferro contra a política migratória de Donald Trump, mantém-se.
Ainda antes da sessão desta sexta-feira, o Democrata Elijah Cummings, de Maryland, divulgou um relatório com novos detalhes sobre 2648 crianças que o governo de Trump separou das famílias, no ano passado, antes de, sob grande pressão, abandonar a medida.
O relatório, que recorreu a dados de agências federais, revela que 18 crianças menores de 2 anos, - metade com apenas alguns meses de idade - foram afastadas dos progenitores por períodos até meio ano. Centenas estiveram nessas condições por mais tempo do que o que fora anunciado e 30 menores ainda permanecem afastados dos pais.