Presidente italiano impôs terça-feira como prazo de entendimento para a formação de novo governo, senão avança para a convocação de eleições antecipadas
A maratona de reuniões no Palácio do Quirinal, em Roma, confirma a máxima: em política, o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira. A Liga de Matteo Salvini rasgou o acordo de coligação com o Movimento 5 Estrelas e desfez o governo, mas volta agora a estar disponível para conversar com o partido de Luigi Di Maio.
O 5 Estrelas tem também um potencial aliado no Partido Democrático, que impôs publicamente 5 condições para fazer parte do governo. Esquerda ou direita? O presidente italiano deu mais 5 dias para se encontrar solução. "Durante as consultas que agora terminaram, fui informado por alguns partidos políticos que foram lançadas iniciativas para se alcançar um novo consenso parlamentar de modo a formar um novo governo e foi-me pedido que desse mais tempo para aprofundar esses contactos. Algumas forças políticas mostraram-se disponíveis para novos compromissos futuros. Por estas razões tenho a obrigação, no interesse do país, de requerer decisões rápidas," afirmou Sergio Mattarella no final da ronda de audiências.
A solução para esta crise governamental deve ser encontrada entre as linhas do discurso oficial de vários líderes políticos nas consultas desta quinta-feira. De um lado, Salvini a mostrar que está disponível para reabrir as conversações com o Movimento 5 Estrelas. Do outro o Movimento 5 Estrelas e Luigi Di Maio, o líder que representa o partido com maior número de lugares no parlamento e por isso o mais cobiçado. Publicamente, Di Maio não se inclina nem para a Liga nem para o Partido Democrático. A próxima terça-feira será crucial, sobretudo porque o relógio não para e, sem acordo, a solução é dissolver as duas câmaras do parlamento o mais depressa possível - provavelmente logo na quarta-feira - e marcar eleições antecipadas no mais curto espaço de tempo para evitar graves consequências para a economia do país."