"Orphée aux Enfers" no palco do Festival de Salzburgo

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"Orphée aux Enfers" no palco do Festival de Salzburgo
De  Andrea Buring
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#Música: A clássica ópera de Jacques Offenbach foi recriada por Barrie Kosky, numa produção atrevida e ousada

O clássico "Orphée aux Enfers", de Jacques Offenbach subiu ao palco do Festival de Salzburgo. Barrie Kosky decidiu reinventar a famosa ópera, numa produção atrevida e ousada, com muito movimento, tal como o original de 1858.

A opereta sobre frustração conjugal, raiva e tédio, foi um espetáculo de humor onde as gargalhadas foram inevitáveis. 

A Euronews acompanhou o espetáculo, onde a mitologia grega encontra o cancan, a dança francesa que serviu de inspiração a Jacques Offenbach no "Orphée aux Enfers", uma paródia da antiguidade clássica.

Joel Prieto foi o tenor da recriação, o Orphée da obra. Prieto contou à Euronews que esta obra continua moderna, mesmo nos dias de hoje. 

"Esta ópera está tão à frente do seu tempo! Tem a ver com libertação sexual, com a santidade do casamento...Quase que o ridiculariza.", diz Joel Prieto.

"A primeira cena entre Eurydice e Orphée é uma luta num casamento que está arruinado. Eles odeiam-se.", diz Prieto, sobre uma cena intensa entre o casal - Eurydice, interpretada por Kathryn Lewek, e Orphée - (como se vê abaixo).

Na obra, Eurydice desafio o tempo. É uma mulher moderna que quer escolher o próprio destino e os próprios amantes.

"Existe um sentimento de libertação nela que é irresistível", contou à Euronews Kathryn Lewek, a protagonista Eurydice.

"Especialmente se pensarmos em feminismo em 2019, é uma luta continua, mas, em 1858, este conceito era completamente novo.", disse. 

A cantora admite que o maior desafio foi cantar durante toda a encenação. "O maior desafio é o exercício físico que tenho de fazer em palco em simultâneo com o soar bem. Às vezes saio do palco e estou ofegante, a suar. E depois, tenho de regressar ao palco e manter aquela energia durante todo o espetáculo. É o maior desafio.", conta Kathryn Lewek. 

A soprano admite que a parte favorita é o clássico _cancan. _

"Musicalmente, devo dizer que a minha parte favorita é o fim. Eurydice tem um momento libertador onde está a tocar com os dançarinos, há pirotecnias vocais e visuais... E, claro, o cancan, que é tão icónico. É incrível ouvi-lo no palco e ouvi-lo aqui, dentro da ópera original.", concluiu. 

Outras fontes • Com o apoio de Arcotel Castellani

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