Agência Internacional confirma violação do Irão ao acordo nuclear

O Irão continua a violar os limites de enriquecimento de urânio impostos pelo acordo nuclear de 2015. A conclusão é avançada pelo último relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), publicado esta sexta-feira.
Num relatório trimestral distribuído aos Estados membros, a AIEA refere que as reservas iranianas de urânio pouco enriquecido atingiam a 19 de agosto os 357 quilogramas, ou seja, 57 quilogramas acima do limite previsto.
Os indicadores mostram também que o Irão continua a enriquecer urânio acima dos 3,67%, como estabelece o pacto, e que atualmente o nível de enriquecimento atinge os 4,5%.
O incumprimento já havia sido assumido pelo Irão, no que foi visto pelos analistas como uma manobra de pressão sobre os países que assinaram o acordo para ajudarem Teerão a fazer face às sanções dos Estados Unidos.
Donald Trump anunciou em maio de 2018 a saída unilateral do acordo e decretou duras sanções económicas, elevando a tensão entre os dois países.
O documento da AIEA adianta ainda que o regime iraniano tem permitido aos inspetores das Nações Unidas a fiscalização das instalações nucleares.
Um dos últimos braços de ferro entre os dois países está ligado a um petroleiro iraniano que esteve retido cinco semanas em Gibraltar. Os Estados Unidos acusam o navio de estar a transportar petróleo iraniano para a Síria, em violação das sanções.
O porto turco de Iskenderum, 200 kms a norte da Síria, é tido como o destino final. No entanto, as autoridades turcas asseguram que o navio está a caminho do Líbano.
Para Washington, o petróleo serve para financiar as forças armadas do Irão, como resposta às sanções americanas ligadas ao programa nuclear.