Papa Francisco chega a Moçambique em altura de reconcilação

Papa Francisco chega a Moçambique em altura de reconcilação
Direitos de autor REUTERS/Mike Hutchings
De  Ricardo Figueira com LUSA
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Papa visita o país lusófono de maioria católica e grande peso da população muçulmana, onde a convivência sempre tem sido pacífica.

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O Papa Francisco já está em Moçambique. Aterrou em Maputo ao fim da tarde, para uma visita que se resume à capital e dura poucos dias, antes de continuar o périplo africano por Madagáscar e pelas Maurícias.

A visita de Francisco a Moçambique é a primeira de um Papa ao país desde que João Paulo II o visitou em 1988. Chega numa altura crucial, um mês depois do acordo de paz entre o governo e a Renamo e com Moçambique a recuperar ainda dos efeitos devastadores e mortíferos dos ciclones de março.

Moçambique é um país de maioria católica, mas os muçulmanos representam cerca de um quinto da população. A convivência tem sido pacífica, apesar dos recentes episódios de ataques de grupos islamitas na província de Cabo Delgado, no norte do país, como nota o professor de comunicação Ismael Mussa: "Moçambique sempre foi marcada pela convivência tranquila entre as duas religiões, ao contrário do que acontece noutras regiões do mundo", diz.

O imã da mesquita principal de Maputo, Sheikh Saide Habibe, acredita na mensagem de paz trazida pelo Papa e lembra o exemplo dado pelo presidente Filipe Nyusi, católico, e pelo líder da Renamo, Ossufo Momade, muçulmano, com a assinatura do acordo de paz.

À porta do estádio onde Francisco vai celebrar missa, Gina Muchanga, vendedora ambulante, só pede paz em Cabo Delgado, até porque tem lá o filho militar. Mesmo dizendo-se não-católica, diz: "Só espero que o Papa faça uma oração para que haja paz em Cabo Delgado e o meu filho possa regressar a casa são e salvo".

O estádio nacional do Zampeto vai encher-se na sexta-feira de manhã com 80 mil fiéis para a missa campal.

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