Sondagens apontam para PS sem maioria absoluta e subida PAN

Sondagens apontam para PS sem maioria absoluta e subida PAN
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De  Miguel Roque Dias
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Os portugueses preparam-se renovar o parlamento e escolher um novo timoneiro num país que ainda recupera de uma violenta crise. O Partido Socialista encaminha-se para um triunfo, ao que tudo indica, sem maioria absoluta.

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A campanha para as eleições legislativas, em Portugal, aproxima-se do fim. As sondagens dão a maioria ao Partido Socialista de António Costa.

É provável que o atual primeiro-ministro seja reconduzido no cargo, resta saber se vai conseguir uma maioria absoluta, no Parlamento, ou se vai ter de encontrar apoios para governar.

Para o politólogo José Adelino Maltez, falta dramatismo à política portuguesa.

«Portugal é uma casca de noz. É um pequeno país, bastante estável, com grande identidade política, onde o essencial da política é gerir dependências e navegar na interdependência. É uma vantagem de ser um médio Estado europeu assente numa grande identidade que se adquiriu ao longo de séculos e que leva a consensos. Não é preciso proclamá-los, eles existem. Não há, neste momento ódio… Os partidos bem tentam criar inimigos, mas não, não há ódios que façam dramatismos.»

Na Europa, a extrema-direita ganha força e faz soar os alarmes. Portugal parece estar em contraciclo. As sondagens são unânimes e dão um mau resultado para os partidos de direita. Tudo indica que o Parlamento português mantenha uma maioria de esquerda.

A especialista em questões geopolíticas e professora e Investigadora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Lisboa Lívia Franco, considera que «a excecionalidade portuguesa, mais do que propriamente essa fragmentação à direita, eu acho que se situa num otimismo manifesto em relação à Europa. Eu acho que é um tema que se nota muito, agora, nas eleições. Ao contrário das eleições há quatro anos, a europa não aparece, agora, aqui diabolizada e não há uma grande, digamos, discussão acesa sobre a Europa e sobre o papel da Europa. Eu acho que essa é que é a grande novidade. Agora, realmente, de facto, há aqui uma fragmentação à direita e que se coloca nisto: o tradicional eleitor que votava direita ou centro-direita e tinha dois partidos para votar, o PSD e o CDS, agora confronta-se com uma pluralidade de possibilidades.»

Durante a campanha houve um partido que pareceu dominar o tema dos debates políticos: o PAN – Pessoas-Animais-Natureza. As sondagens preveem um crescimento no número de deputados, no Parlamento e o líder, André Silva, disse estar disponível para apoiar um futuro Governo. Na sociedade portuguesa, o PAN provoca paixões, mas também preocupações, como as expressadas pela linguista e professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Margarita Correia:

«Eu vejo este surgimento deste partido como uma consequência de uma crise que o sistema democrático está a atravessar. També, à direita estão a aparecer uns partidos estranho e agora surge este partido… Agora não, já tinha surgido há uns anos. Eu acho que não existem partidos sem ideologia. Eu acho que todas as soluções de Governo têm de ser ideologicamente fundamentadas e, portanto, preocupa-me um partido que tanto pode fazer acordos à direita como à esquerda, desde que as suas causas sejam defendidas. A mim preocupa-me porque eu acho que a política não é isso.»

Apesar dos indicadores positivos da economia, os portugueses não se mostram muito otimistas em relação ao futuro…

«Espero que o povo português acorde e tenha a noção que estamos a ser governados de uma maneira muito displicente», afirma um eleitor.

Já outra portuguesa afirma não estar «à espera de grandes melhorias, mas a esperança é a última a morrer e seu espero ver, ainda, este país a recuperar um pouco.»

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