O governo de Hong Kong proíbe os manifestantes de usarem máscaras, a partir da meia-noite de sexta-feira. Teme-se um sábado muito tenso no território.
A chefe do executivo de Hong Kong recorreu esta sexta-feira a uma lei da era colonial para impedir os manifestantes de usarem máscaras nas manifestações. A medida visa conter os protestos e a violência em que o território está mergulhado há quatro meses.
Carrie Lam disse, em conferência de imprensa: "O objetivo deste regulamento é acabar com a violência e restaurar a ordem e eu acredito que isto é agora um amplo consenso para o povo de Hong Kong. O terceiro ponto é que este regulamento visa os arruaceiros, ou aqueles que recorrem à violência. É por isso que o regulamento contém defesa e exceções para aqueles que têm necessidades legítimas de usar uma máscara".
A lei anti-máscaras entra em vigor à meia-noite desta sexta-feira. Mas nem todos tencionam respeitá-la. Ernest Ho, habituado a usar máscara nos protestos, afirma: "O uso da máscara não é bem assim... Nós temos o direito de escolher usar máscara ou não. A polícia de Hong Kong também usa máscara no desempenho das suas funções".
Os ativistas em Hong Kong temem que esta medida seja o prenúncio de outras medidas restritivas e mesmo da declaração do estado de emergência, embora Carrie Lam, que está a ser pressionada por uma ala mais dura do seu governo, negue essa possibilidade.
Esta nova lei atribuiu mais poderes à polícia, que já está a ser acusada de agir com impunidade.
A 1 de outubro, o dia em que se celebrou o 70° aniversário da fundação da República Popular da China, um agente da polícia disparou uma bala real contra o jovem manifestante de 18 anos, Tsang Chi-kin. O jovem já foi operado e o seu estado de saúde é estável, mas a polícia já anunciou que será acusado de agressão a agentes da autoridade.