Moçambique vai a votos esta terça-feira. Um teste à governação de Filipe Nyusi depois de uma legislatura com grandes desafios.
Em Moçambique, mais de treze milhões de eleitores são chamados às urnas, esta terça-feira, para eleger o próximo presidente, escolher uma nova composição para o Parlamento, e os novos dirigentes provinciais. Um teste ao governo da Frelimo e ao presidente Filipe Nyusi, que se candidata a um segundo mandato de cinco anos, depois de um primeiro marcado por crises internas graves. As marcas da passagem dos ciclones Idai e Kenneth pelo território, o primeiro a deixar um rasto de destruição indescritível, estão ainda muito presentes. Os ataques armados, em Cabo Delgado, onde existem depósitos de gás natural explorados por multinacionais, marcaram negativamente a legislatura. A Comissão Nacional de Eleições diz que 5.400 eleitores não vão poder votar, nesta região, porque as mesas de voto não vão abrir.
A corrida, que acontece pela 1ª vez sem o líder histórico da Renamo, Afonso Dhlakama far-se-á entre Frelimo e Renamo, principal formação da oposição, que passaram por 40 anos de luta, grande parte dela armada, que terminou com o firmar de um acordo de paz, em agosto deste ano. Uma vitória para Nyusi, acreditam muitos, mas frágil já que dentro da Resistência Nacional Moçambicana o acordo não é pacífico e respeitado por todos. Já houve, aliás, incidentes posteriores à assinatura do documento.
São quatro os candidatos presidenciais e 26 os partidos que concorrem às legislativas e provinciais. Apenas os três partidos com assento parlamentar - Frelimo, Renamo e MDM - concorrem em todos os círculos eleitorais. É a primeira vez que o país escolhe os governadores das 10 províncias, que são os cabeças-de-lista mais votados das formações que concorrem às eleições.