Presidente turco foi recebido com protestos em Budapeste devido à ofensiva na Síria contra os curdos.
Milhares de pessoas encheram as ruas de Budapeste em protesto contra a visita do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Enquanto o líder turco era recebido pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a capital da Hungria erguia-se em solidariedade para com os curdos atacados por Erdogan na fronteira com a Síria. No entanto, a polícia manteve a manifestação longe do percurso do chefe de Estado turco na cidade.
"Estamos ao lado dos curdos, porque Erdogan lidera um combate mortal contra eles e nós, cristãos, não queremos participar nisso", afirmou uma manifestante.
Nas margens do rio Danúbio, uma iniciativa da Amnistia Internacional acendeu velas junto ao memorial do Holocausto, associando o presidente da Turquia a crimes de guerra na Síria.
Até o novo presidente da câmara de Budapeste, Gergely Karácsony, associou-se aos protestos e à manifestação de solidariedade para com os curdos. No entanto, as manifestações não afetaram a reunião entre Orbán e Erdogan, que deixaram transparecer a boa relação entre os dois países.
"Nenhum país pode mudar de sítio. Portanto, se à direita está Berlim, à esquerda está Moscovo e a sul estão Ancara e Istambul, é aqui que nós estamos. Por isso, não temos apenas de procurar uma boa relação com a Turquia, o interesse da Hungria é que o nosso sucesso seja do interesse do presidente Erdogan e da Turquia", declarou o líder do governo húngaro.
Já Erdogan aproveitou a ocasião para voltar a ameaçar a União Europeia com a questão dos migrantes: "Quer tenhamos mais apoio da União Europeia ou não, vamos manter a nossa hospitalidade. Mas quero acrescentar isto: temos um provérbio que diz que não podemos suportar tudo. E se virmos que não há solução, iremos abrir os nossos portões".