Justiça cancela um dos processos contra cimenteira Lafarge

Não é uma anulação total dos processos, mas é uma vitória para os advogados da empresa de cimento.
Christophe Ingrain, advogado da Lafarge SA, sublinha que “não há elementos que justifiquem esta acusação preliminar” e que o tribunal “reconhece que a Lafarge não participou, por nenhum meio, neste crime”.
Mas as boas notícias para os advogados da cimenteira franco-suíça ficam por aqui, uma vez que a câmara de investigação do Tribunal de Recurso confirmou as acusações de "financiamento do terrorismo", "violação de um embargo" e "perigo de vida" de antigos funcionários.
Esta é questão principal do caso. A justiça francesa quer esclarecer as relações entre a Lafarge e grupos armados e o suposto pagamento ao Estado Islâmico para manter em funcionamento a fábrica de Jalabiya, no norte da Síria.
A primeira queixa foi feita por organizações não-governamentais.
Marie-Laure Guislain, representante da ONG SHERPA, destaca “ a primeira vez, em França, que uma multinacional é objeto de acusações preliminares por financiamento do terrorismo, por colocar em perigo a vida de pessoas e por violar um embargo. Trata-se de um passo importante na luta contra a impunidade das multinacionais que lideramos há anos".
A SHERPA revelou que vai apelar ao Supremo Tribunal para manter a acusação de "cumplicidade em crimes contra a humanidade" contra a Lafarge.
Segundo esta acusação, a empresa é suspeita de ter pago, através de uma filial na Síria, cerca de 13 milhões de euros a grupos terroristas.