É difícil saber a origem exata das emissões de CO2

É difícil saber a origem exata das emissões de CO2
De  Euronews
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Um dos aspetos mais complexos da monitorização do CO2 é compreender a origem exata das emissões.

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Um dos aspetos mais complexos da monitorização do CO2 é compreender a origem exata das emissões de dióxido de carbono.

O aumento da temperatura global deve-se ao aumento dos níveis de CO2 na atmosfera, que levam à captura de mais calor, o chamado efeito de estufa. Este gráfico mostra a subida constante dos níveis de CO2, de 2003 a 2018. As variações devem-se aos ciclos sazonais. O dióxido de carbono sobe e desce de acordo com a forma como a natureza reage.

Observatório francês monitoriza CO2

A euronews visitou um observatório francês que monitoriza as emissões de CO2 na Europa. O observatório situado no Puy de Dome, no centro de França monitoriza as emissões de CO2 da indústria, dos transportes e do setor energético, bem como o CO2 emitido pela natureza. "A concentração de CO2 de 415 partes por milhão, o que compara com os valores da era pré-industrial que eram de 280 partes por milhão. O aumento é de duas a três partes por milhão por ano ", explicou Michel Ramonet, investigador do Laboratório de Ciências Ambientais e Clima do CNRS.

As atividades humanas estiveram na origem de mais de 36 gigatoneladas de CO2, no ano passado. Como o dióxido de carbono se move rapidamente pela atmosfera, é muito difícil saber, de forma exata, de onde provêm as emissões. "Medimos as concentrações totais de CO2 e gostaríamos de dar uma cor a esse CO2, verde para a vegetação e preto quando o CO2 provém dos automóveis. Mas não temos instrumentos para fazê-lo facilmente", sublinhou Michel Ramonet.

Michel Ramonet, investigador do Clima

Falta informação sobre África e Amazónia

Um dos problemas atuais dos cientistas é a falta de informação sobre as emissões de dióxido de carbono em várias partes do mundo. "Há regiões no mundo onde não há praticamente qualquer medida, como em África, na Amazónia e na Sibéria. São regiões fundamentais para compreender o ciclo global do carbono, e, em particular, as interações entre os ecossistemas terrestres, quer seja a floresta da Amazónia, ou a floresta tropical em África. Temos uma enorme falta de medidas nesses locais", afirmou o cientista francês.

As medidas de C02 são fundamentais para perceber se a absorção do CO2 varia em função de fenómenos naturais, como as vagas de calor, ou de outras variáveis.

Além disso, para saberem se as políticas de redução do dióxido de carbono são eficazes, os países têm de possuir dados, ainda que o impacto da redução das emissões só se faça sentir décadas mais tarde.

"As ações realizadas hoje terão um efeito daqui a 30 ou 50 anos. É por isso que é difícil motivar a sociedade a tomar medidas já", sublinhou Michel Ramonet

O clima em Outubro de 2019

Segundo os dados do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Copernicus, o mês de outubro foi o mais quente de sempre, com temperaturas 1,3 graus centígrados acima da média da era pré-industrial. O tempo foi mais quente e mais húmido no sul da Irlanda, no Reino Unido, em França, no Benelux, na Alemanha, no Báltico e na Rússia, onde houve mais chuva do que no período de referência, entre 1981 e 2010.

Uma situação diferente foi registada nas regiões do Mediterrâneo, do Mar Negro e do Leste Europeu onde choveu menos do que é habitual. No Japão, o tufão Hagibis deu origem a chuvas intensas em outubro. A precipitação foi duas vezes e meia superior à média no mesmo período do ano.

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