Principal formação do Parlamento Europeu espera ganhar novo fôlego com presidente cessante do Conselho Europeu na liderança
Do lugar central nas cimeiras europeias, para a liderança das políticas europeias de direita e centro-direita: o presidente cessante do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi nomeado como o novo líder do Partido Popular Europeu, no congresso da formação, em Zagreb, na Croácia.
Tusk aproveitou a ocasião para declarar guerra aos "autocratas" e "populistas", num discurso onde agradeceu a "confiança" que lhe foi depositada e no qual, numa nota mais ligeira e humorística, disse que "é muito melhor ser o novo presidente do Partido Popular Europeu, do que o antigo presidente do Conselho Europeu".
Depois de ter sofrido perdas consideráveis nas eleições europeias de maio, a principal formação do Parlamento Europeu, espera ganhar um novo fôlego com Tusk na liderança.
A ministra irlandesa para os Assuntos Europeus e candidata à vice-presidência do Partido Popular Europeu, Helen McEntee diz que "o partido precisa de mudar, de crescer e de adaptar-se. Isso não significa pôr em perigo os valores de base que todos defendem... [Tusk] pode ter um estilo e uma visão distinta, mas assume o cargo com uma grande experiência como presidente do Conselho [Europeu], depois de ter sido um elemento-chave nas negociações do Brexit, e também com a sua experiência pessoal e bagagem política."
O senador irlandês Neale Richmond acredita que "haverá um grande foco no Estado de Direito, no respeito pela democracia e pelos Direitos Humanos. Com ele, [o PPE] vai atacar de frente os populistas nos próximos cinco anos".
Ao escolher uma figura omnipresente na política europeia dos últimos anos, a formação largamente dominada pelos cristãos-democratas da chanceler alemã Angela Merkel pretende reafirmar-se, sobretudo face ao presidente francês Emmanuel Macron, imponente na primeira linha da cena política europeia.