Procuradores alemães alegam ter *provas suficientes" do envolvimento do Kremlin no assassinato de um separatista checheno, em Berlim.
Berlim e Moscovo estão de costas voltadas. A Alemanha expulsou, esta quarta-feira, dois funcionários da embaixada russa, depois de os procuradores alemães afirmarem ter "provas suficientes" de o Kremlin, ou o governo da Chechénia, terem dado aval ao homicídio de Tornike K., um separatista checheno.
O ministério dos Negócios Estrangeiros alemão alega que a medida é uma resposta à falta de cooperação, por parte de Moscovo, na investigação em curso, apesar dos numerosos apelos de altas-patentes para clarificar o caso.
Um homicídio com implicações internacionais
Estávamos a 23 de agosto, quando a vítima, um checheno de 40 anos de idade com cidadania georgiana, foi morto com três tiros por trás, num parque em Berlim, em plena luz do dia.
Julga-se que no início dos anos 2000 tenha lutado ao lado dos muçulmanos chechenos contra a Rússia.
O suposto homicida, detido logo após o crime, é detentor de passaporte russo. Mas o Kremlin nega qualquer relação com o caso. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov defende que o "tema está a ser agitado pelos média alemães, mas isso não significa que as coisas se tenham passado dessa forma".
De acordo com a jornalista da Euronews em Moscovo, Galina Polonskaya, "o ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia promete tomar medidas de retaliação, considerando a expulsão de diplomatas uma medida hostil e infundada".
A expulsão ocorreu alguns dias antes de terem início as negociações entre a Ucrânia e a Rússia, mas o Kremlin já afirmou que o sucedido não poderá afetar a reunião em Paris.
A cimeira que vai juntar os dois países com a União Europeia, na capital francesa, será realizada no dia 9. Um encontro onde Vladimir Putin e Angela Merkel vão estar lado a lado, com vista a resolver o conflito na região de Donbass.