A Academia Sueca entregou o Nobel da Literatura 2019 a Peter Hanke, mas o escritor austríaco está a ser contestado pelo apoio a regime sérvio acusado de genocídio.
Com pompa e circunstância, a Academia Sueca ergueu-se para entregar a Peter Handke o Nobel da Literatura 2019.
A obra do escritor austríaco foi galardoada, mas a polémica surge quando o autor da obra foi um apoiante do regime de Slobodan Milošević, acusado do genocídio de mais de oito mil muçulmanos, em Srebrenica, na Bósnia-Herzegovina, nos anos 90 do século XX.
Os aplausos da Academia contrastaram com a indignação vinda das ruas. Em Estocolmo, cerca de 500 pessoas protestaram contra a atribuição do prémio. De acordo com a porta-voz, entendem que na própria obra, Handke questiona o "genocídio e os crimes de guerra que aconteceram durante a guerra na Bósnia".
Para a escritora Alida Bremer, "ele foi um amigo do regime de Milosevic e não dos sérvios". Bremer, que estudou em Belgrado, na capital da Sérvia e viveu no país durante oito anos, diz ter lá "muitos amigos e quase todos são contra o autor e o regime"
Por defenderem que o prémio à obra literária reforça a "fuga às responsabilidades históricas" e relativiza o peso dos crimes de guerra, Kosovo, Turquia, Croácia e Albânia boicotaram a cerimónia .