France Telecom condenada por assédio moral

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De  Patricia Tavares
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Antigos patrões responsabilizados pela vaga de suicídios entre os funcionários.

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Era um julgamento muito esperado. O Tribunal de Paris decidiu condenar os antigos patrões da France Telecom, depois de dezenas de suicídios entre os funcionários. Quatro meses de prisão para Didier Lombard, ex-presidente da empresa pública de telecomunicações. Assim como para o número dois, Louis Pierre Wenes, e para o diretor de recursos humanos, Olivier Barberot.

O juiz considerou que houve assédio moral - um alívio para as famílias das vítimas.

Responde a uma pergunta que foi a questão fundamental deste processo. Podemos fazer este tipo de coisas? Podemos levar as pessoas ao suicídio ou à depressão, para ganhar dinheiro? Pelo menos, temos uma primeira resposta da justiça que é: não, não é possível e, se alguém o fizer, será condenado.
Filho de uma das vítimas
Com esta decisão, finalmente compreendemos como gerir os funcionários das empresas e é uma garantia que os erros da France Telecom não voltarão a acontecer.
Jean-Paul Teissonière
Advogado das vítimas

Didier Lombard liderou a privatização da FranceTelecom, atual Orange, entre 2007 e 2008. Para reduzir 22 mil postos de trabalho foi implementado um plano de restruturação e as chefias tornaram-se significativamente mais duras para com os funcionários - o que provocou uma vaga de suicídios.

O que é extremamente difícil para nós é que ainda mantemos a memória dos colegas desaparecidos, porque vi um colega morrer ao atirar-se do 5º andar e a sentença resume-se a alguns meses na prisão e algumas dezenas de milhares de euros em multas.
Sébastien Crozier
Sindicato - Orange

Este julgamento abre um precedente porque é o primeiro do género. Do lado dos réus a decisão foi mal recebida.

É uma decisão política, totalmente demagógica. Os juízes exageraram na condenação, lamento... E não estão lá para isso, mas sim para fazer cumprir a lei.
Jean Veil
Advogado de Didier Lombard

A empresa foi multada em 75 mil euros e todos os antigos patrões da antiga France Telecom vão recorrer da sentença.

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