Polémico acordo entre Ancara e Tripoli deverá ser abordado esta segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU
A Turquia começou a enviar tropas para a Líbia para apoiar o Governo de União Nacional, reconhecido pela ONU.
A informação foi avançada pelo próprio presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. O Parlamento turco tinha dado, na passada quinta-feira, "luz verde" à assistência militar ao executivo de Fayez al-Sarraj, instalado em Tripoli, contra a ofensiva liderada pelo general Khalifa Haftar, homem forte do leste do país.
No fim de Novembro, Ancara e Tripoli concluiram um acordo que previa, para além do envio de tropas, o alargamento das fronteiras marítimas no Mediterrâneo Oriental - em detrimento da Grécia, Chipre, Egito e Israel - dando acesso à Turquia a importantes reservas de gás natural.
A Rússia pediu uma reunião à porta fechada do Conselho de Segurança da ONU sobre a Líbia, previsto para esta segunda-feira, que, apesar de oficialmente destinada a organizar uma conferência internacional sobre o conflito que deverá ter lugar em Berlim até ao fim do mês, será a primeira oportunidade para abordar o polémico acordo.
Na sexta-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em comunicado que "qualquer apoio estrangeiro às partes" envolvidas no conflito na Líbia "apenas servirá para agravar" a situação e "complicar os esforços para encontrar uma solução pacífica".