Irão nega encobrimento na queda de avião ucraniano

O regime iraniano nega ter tentado encobrir a verdade sobre o avião da Ukraine International Airlines, abatido por engano com um míssil anti-aéreo.
A admissão das forças armadas iranianas motivou manifestações contra o poder em Teerão, violentamente reprimidas pelas forças da ordem.
O chefe do sistema judiciário iraniano, Ebrahim Raisi, deixou esta segunda-feira um aviso:
"Se alguém no país, agentes dos Estados Unidos ou de outro país estrangeiro, quiser usar esta questão para perturbar a opinião pública, a nação não o autorizará. Os serviços secretos, forças de segurança e polícia vão vigiar e não deixarão que ninguém comprometa a segurança do país."
O regime iraniano admitiu um "erro humano" por parte de um operador de um sistema de mísseis, mas defende que o Exército só transmitiu os resultados das suas investigações às autoridades civis na sexta-feira.
Ali Rabiei, porta-voz do governo iraniano, defendeu a posição do regime:
"Não houve qualquer tentativa [de encobrimento]. O presidente Rouhani só teve conhecimento às quatro horas da tarde de sexta-feira. Quando o comandante da defesa aérea dos Guardas da Revolução admite que mesmo o chefe da aviação aérea não sabia, porque é que algumas pessoas sugerem algo tão vago?"
O Canadá afirmava, desde quarta-feira passada, que o avião ucraniano tinha sido abatido por um míssil iraniano e exige agora compensações para os familiares das vítimas, uma grande parte das quais canadianas. O general Amirali Hajizadeh, chefe da força aeroespacial dos Guardas da Revolução assumiu a "responsabilidade total" na tragédia.