Petrolífera francesa atacada em tribunal em nome do planeta

Plano de vigilância ambiental da Total não agrada aos defensores do planeta
Plano de vigilância ambiental da Total não agrada aos defensores do planeta   -  Direitos de autor  AP/ Michel Euler
De  Euronews  com AFP

Plano de vigilância climática apresentado pela Total, como obriga à lei, é "insuficiente" à luz do Acordo de Paris, denuncia o coletivo de queixosos, que inclui 14 autarquias

Um coletivo de queixosos, incluindo municípios de França e várias ONG, decidiu avançar para tribunal com uma queixa contra a passividade ambiental apontada à petrolífera francesa Total, uma das vinte empresas mais poluentes do mundo.

Os queixosos reclamam do plano de vigilância proposto no ano passado pela Total, que consideram "muito insuficiente", como explicou à Euronews o jurista porta-voz da ONG "Notre Affaire à Tous".

"Confiamos no plano de vigilância. É a mais forte base legal de que dispomos para enfrentar uma multinacional como a Total. Contamos com as provas científicas do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) e isso a Total não pode contestar. O grupo deve aplicar a lei e deve seguir as recomendações científicas. É por isso que penso termos boas hipóteses de ganhar", afirmou à Euronews Paul Mougeolle.

A queixa foi apresentada num tribunal cível de Nanterre, na região do Alto Sena, em França, a noroeste de Paris.

Tem por base a lei de fevereiro de 2017 que obriga as empresas francesas com mais de cinco mil empregados a publicar um plano de prevenção de riscos ambientais.

Em março do ano passado, a Total publicou o respetivo plano de vigilância, mas o coletivo de queixosos, onde se incluem 14 municípios (Arcueil, Baiona, Bègles, Bize-Minervois, Champneuville, Centre Val de Loire, Correns, Est-Ensemble Grand Paris, Grenoble, La Possession, Mouans-Sartoux, Nanterre, Sevran e Vitry-le-François) e cinco associações ambientais (Notre Affaire à Tous, Sherpa, ZEA, les Eco Maires e FNE), entendeu que as medidas propostas pela petrolífera eram claramente insuficientes.

O coletivo suporta-se nos objetivos propostos pelo Acordo de Paris, celebrado no final de 2015, onde ficou ratificado o compromisso de limitar o aquecimento global do planeta 1,5°C em relação à era pré-industrial.

O coletivo de queixosos espera que a justiça francesa tenha em conta os compromissos climáticos do Acordo de Paris neste julgamento inédito de uma empresa como a Total.

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