Receio de contágio a partir de um grupo oriundo da China acolhido numa cidade do centro da Ucrânia degenera em violentos protestos e confrontos com a polícia
Fortes protestos e confrontos com as autoridades marcaram esta quinta-feira à noite a receção a cerca de 70 pessoas oriundas da China, em Nova Sinzhari, uma pequena cidade do centro da Ucrânia, a sul de Poltava.
Em causa está o surto de Covid-19. O grupo, composto por 45 ucranianos e 27 cidadãos de outras nacionalidades, viajou desde Whuan, na província de Hubei, epicentro da epidemia, e vai cumprir uma quarentena em Novi Sinzhari, mas os residentes receiam o contágio.
Centenas de pessoas concentraram-se para tentar bloquear a entrada na cidade dos seis autocarros que transportavam o grupo. Alguns manifestantes alvejaram os veículos com pedras, com os elementos do grupo a espreitarem pelas janelas dos autocarros revelando as máscaras de proteção que usavam.
A polícia tentou conter os protestos e houve confrontos. Há notícias de mais de 20 detenções entre os manifestantes e registo de feridos inclusive entre as forças de segurança.
O grupo conseguiu entretanto chegar ao destino, um sanatório em Novi Sinzhari, onde irá ficar isolado até haver certeza de que todos estão livres do covid-19.
O primeiro-ministro ucraniano deslocou-se à cidade para tentar gerir a crise instalada e garantiu que "todas as pessoas isoladas estão saudáveis."
"Não há motivos para alegar que estão doentes. As medidas técnicas estão a ser ultimadas para garantir a estas pessoas uma acomodação confortável", acrescentou Oleksiy Honcharuk.
A ministra da Saúde ucraniana ofereceu-se para partilhar a quarentena com o grupo em mais uma tentativa para tranquilizar os residentes locais.