Na rua, milhares de pessoas protestaram contra uma reforma que “vai obrigar as pessoas a trabalhar mais tempo por menos dinheiro”
Tal como tinha sido anunciado pelo primeiro-ministro, Édouard Philippe, o governo francês usou a Constituição para desbloquear os debates no parlamento sobre a Reforma das Pensões.
Esta terça-feira, o executivo de Emmanuel Macron ultrapassou as duas moções de censura, apresentadas por partidos de oposição pela adoção do projeto de lei sem votação, e aprovou o texto que segue agora para o Senado. Se for aprovada, a reforma das pensões deve entrar em vigor a partir do mês de junho.
Mobilização Social
A sessão do parlamento foi acompanha por milhares de pessoas que saíram à rua em protesto contra uma reforma que dizem que “vai obrigar as pessoas a trabalhar mais tempo por menos dinheiro”.
Julien, funcionário público, acredita que a posição do governo pode estimular a mobilização nacional.
"Nós sabemos que o governo que impor as suas reformas à força, custe o que custar, e que evita o debate parlamentar, apesar de ter uma maioria. Veremos se essa posição vai impulsionar o nosso movimento".
Benoît Teste, secretário-geral do sindicato FSU, sublinha que em jogo está a qualidade de vida dos reformados franceses.
"Vamos continuar a garantir aos reformados uma pensão decente ou vamos apenas dar-lhes uma vaga ideia de que podem sobreviver? Essa é a verdadeira questão".
Em dezembro e janeiro, a reforma das pensões provocou algumas das das piores greves no país, com importantes paralisações nos transportes públicos, hospitais, escolas e até nos tribunais.